China inicia no Brasil um recorde de 32 projetos de investimento em 2022

Fonte: Xinhua    30.08.2023 13h34

O número de projetos iniciados por empresas chinesas no Brasil em 2022 alcançou um recorde de 32, que representa um salto anual de 14%, segundo um estudo divulgado na terça-feira.

Em 2022, o Brasil foi o segundo país da América Latina a receber mais investimentos chineses, atrás da Argentina, e o nono do mundo, informou o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) no estudo "Investimentos Chinesas no Brasil 2022: Transição Tecnológica e Energética".

"A queda do valor investido não significa necessariamente que as empresas chinesas não estejam interessadas em investir aqui no Brasil. Além do número recorde de projetos, também foram anunciados outros, que não se materializaram em 2022 e provavelmente serão realizados em 2023 ou em 2024. Investimentos que são geralmente muito intensivos de capital, que requerem uma série de incentivos e longas negociações que podem acabar atrasando a realização dos projetos", explicou o autor do estudo, Túlio Cariello, diretor de pesquisa e conteúdo do CEBC.

"É importante sinalizar que, diferentemente do investimento chinês, que diminuiu, o investimento estrangeiro em geral no Brasil cresceu 95% no ano passado. Acredito que isso demonstra que o mercado brasileiro continua sendo atraente para os investimentos, não só para o chinês, mas também para o investimento estrangeiro em geral."

Cariello destacou que, analisando o período de 2005-2022, o Brasil foi o quarto país do mundo a receber mais investimentos chineses, atrás apenas dos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, ressaltando que "foi o país em desenvolvimento que recebeu mais investimento chinês".

No mesmo período, de 96% de todos os investimentos chineses na América do Sul, o Brasil centralizou as cifras, com 48% do total, quase o triplo do Peru, o segundo país com mais investimentos chineses (17%). "Claramente, o Brasil é o país da região que tem mais a oferecer", destacou o economista.

Das 22 empresas chinesas que anunciaram investimentos no Brasil, no ano passado, oito estavam investindo pela primeira vez.

O setor elétrico liderou os investimentos, com 16 projetos e US$ 588 milhões anunciados, que representam 50% do total, com participação relevante no State Grid, além de projetos da China Three Gordes e SPIC.

Uma das novidades foi na área de tecnologia da informação, com oito projetos confirmados (quase 25% do total), enquanto o setor automotivo anunciou dois projetos de veículos elétricos. "Isto é muito transformador, inclusive o perfil das empresas chinesas na área automotiva", destacou Cariello.

Além disso, o setor manufatureiro recebeu investimentos sem precedentes em certas áreas, como a têxtil, através da gigante chinesa Shein e a fabricação de materiais para uso médico e dentário, com aportes da recém-chegada Angelalign.

A região sudeste do Brasil, a mais populosa, continuou o principal destino dos investimentos chineses no Brasil em 2022, com 25 projetos. Foi seguida pelo centro-oeste e pelo nordeste, com cinco projetos cada um, e o pelo sul, com três. A soma supera os 32 do recorde anunciado porque há projetos que abrangem mais de um estado.

Cariello explicou que em 2022 a quantidade de investimentos chineses no Brasil era de US$ 71,6 bilhões em 235 projetos, liderados pelo setor energético (36% do total), a indústria de manufatura (23%) e tecnologia da informação (13%).

Por valor, o setor elétrico concentrava 45% dos US$ 71,6 bilhões, seguido pelo petróleo (30%) e a mineração (6%).

(Web editor: 实习生, Renato Lu)

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