Vendedor vestido com uma fantasia de sapo vende balões em uma rua popular em Wuhan, província de Hubei, no sábado. Foto: Li Changlin, China Daily

Um vídeo recente em que um vendedor de balões ambulante vestido de sapo é abordado por um policial urbano em Shanghai provocou uma onda de debate online. O vendedor foi solicitado a remover seu disfarce por violar os regulamentos da cidade sobre administrar um negócio na rua sem permissão.

Houve entretanto outros incidentes semelhantes. Em abril, a polícia de trânsito mandou parar um vendedor com o mesmo disfarce enquanto circulava de bicicleta elétrica em Ningbo, na província de Zhejiang. O vendedor foi multado em 20 yuans (US$ 2,85) por não usar capacete. Em março, outro vendedor disfarçado de sapo foi abordado por um policial em Hangzhou, província de Zhejiang.

Os internautas, em contraponto, elogiaram os vendedores por sua abordagem inovadora. Alguns argumentam que os policiais deveriam demonstrar alguma tolerância, apesar de haver quem insista que a punição pelo desrespeito das leis deve ser universal.

"É uma forma para conseguir vender, não importa a aparência e a abordagem do vendedor", explicou Xu Zhihu, diretor do Departamento de Polícia e Patrulha Urbana de Shanghai, em um programa apresentado pela Estação de Rádio e Televisão de Shanghai, em 12 de maio.

De acordo com os regulamentos implementados em 1º de dezembro em Shanghai, indivíduos e empresas não podem montar barracas ou vender mercadorias em locais públicos sem autorização. Porém os governos distritais e municipais podem designar áreas e horários específicos para a venda.

No entanto, os vendedores disfarçados não respeitam esses regulamentos e podem aumentar os riscos de segurança em áreas lotadas ou shoppings, acrescentou Xu.

“Para as novas formas de negócios que têm um impacto relativamente pequeno na sociedade, geralmente defendemos o uso de advertências verbais”, disse ele.

Ma Liang, pesquisador da Academia Nacional de Desenvolvimento e Estratégia da Universidade Renmin da China e professor da Escola de Administração Pública, sugeriu que uma abordagem flexível de aplicação da lei seja incentivada diante de novas formas de operações comerciais.

“Deve ser fornecido feedback oportuno sobre os problemas identificados durante o processo de aplicação da lei, para ajustar e revisar os regulamentos e melhorar continuamente os métodos de gerenciamento de baias”, disse Ma.

"A legislação não é o último passo na gestão urbana. É preciso dar mais atenção à implementação", afirmou.