China pede que Japão atenda às preocupações de todas as partes sobre o descarte de água radioativa

Fonte: Xinhua    15.03.2023 11h07
China pede que Japão atenda às preocupações de todas as partes sobre o descarte de água radioativa

A China pede que o Japão leve a sério as preocupações legítimas de todas as partes e descarte a água contaminada pela usina nuclear de maneira científica, aberta, transparente e segura, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, na terça-feira.

Ele fez a observação em uma coletiva de imprensa ao comentar sobre a recente oposição do público japonês ao descarte da água no oceano no 12º aniversário do grande terremoto e tsunami que levou ao desastre nuclear de Fukushima no Japão.

Doze anos depois, o governo japonês, em vez de aprender a dolorosa lição do acidente da usina nuclear de Fukushima Daiichi, está decidido a aprovar o plano de descarga no oceano em uma tentativa de transferir o risco de poluição nuclear para toda a humanidade, assinalou Wang.

"Um país responsável nunca faria tal coisa e isso simplesmente vai contra as obrigações internacionais que o Japão deve cumprir", apontou o porta-voz.

Segundo o diplomata, o Japão armazena mais de 1,3 milhão de toneladas de água contaminada por energia nuclear em Fukushima, que contém mais de 60 radionuclídeos. Uma vez lançada no mar, a água contaminada será transportada através do oceano para todas as partes do mundo durante décadas, causando danos imensuráveis ao ambiente marinho e à saúde das pessoas.

Ele observou que a China e a Rússia deram ao Japão uma lista conjunta de questões técnicas duas vezes, mas ainda não receberam uma resposta adequada e convincente.

A socióloga neozelandesa Karly Burch, da Universidade de Auckland, observou que "a população do Pacífico tem direito fundamental a um ambiente limpo, saudável e sustentável. Ao prosseguir com este plano de descarregar águas residuais radioativas... o governo japonês está mostrando desrespeito direto à soberania e autodeterminação da população do Pacífico". O Fórum das Ilhas do Pacífico observou que os dados de teste da Tokyo Electric Power Company da água contaminada nuclear não podem ser usados como base para a descarga e exigiu que o Japão atrase o plano de descarte no oceano, de acordo com Wang.

Como comentou a mídia japonesa, o país optou por um atalho que coloca o interesse econômico acima de tudo, sem ter discussões científicas e profissionais suficientes e comunicação total com o público, frisou Wang.

O oficial chinês salientou que a federação nacional de cooperativas de pesca do Japão e outras organizações não-governamentais criticaram fortemente a violação do governo japonês de sua promessa e o desrespeito aos interesses dos pescadores. Eles disseram que, em vez de obter a compreensão do público, o governo japonês reiniciou de pressa as usinas nucleares e acelerou a construção das instalações para descarte no oceano. Tal forma imprudente e arbitrária tem levado a maiores preocupações e medos entre as pessoas.

De acordo com uma pesquisa, mais de 43% das pessoas no Japão são contra a descarga oceânica e mais de 90% acreditam que esse movimento levará a efeitos negativos. "Se o governo japonês não consegue convencer seu próprio povo, como pode esperar a confiança da comunidade internacional?" Questionou Wang.

Embora o governo japonês continue repetindo sua promessa de que a descarga no oceano não será realizada sem a compreensão das partes interessadas, ele se faz de surdo às preocupações legítimas e justificadas da comunidade internacional e do povo japonês e aprovou a plano de descarga oceânica, declarando que terá início na primavera e no verão deste ano e não poderá ser adiado por mais tempo, acusou o diplomata.

"A inconsistência entre o que o Japão disse e fez não mostra sinceridade ao abordar as preocupações das partes interessadas", acrescentou.

Wang explicou que o descarte da água contaminada pela usina nuclear de Fukushima não é um assunto interno do Japão, mas uma questão importante que afeta o ambiente marinho e a saúde pública.

"Pedimos ao Japão que leve a sério as preocupações legítimas de todas as partes, cumpra sinceramente suas obrigações internacionais, coloque-se sob o monitoramento estrito da comunidade internacional e descarte a água contaminada de maneira científica, aberta, transparente e segura, incluindo a avaliação de alternativas à descarga oceânica," apelou o porta-voz.

O Japão não deve começar a descarregar a água contaminada radioativa no oceano antes de chegar a um consenso por meio de consultas completas com os países vizinhos e outras partes interessadas, bem como com as agências internacionais relevantes, finalizou Wang.

(Web editor: Filomena Wang, 符园园)

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