A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou na sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 54 investigados por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília, elevando o total de denunciados a 98.
Os investigados são acusados de crimes de incitação às Forças Armadas contra os poderes constitucionais e associação criminosa.
Como os demais denunciados, os 54 também foram presos no acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, instalado na frente do Quartel-General do Exército na capital federal depois dos resultados das eleições de outubro que deram a vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para fundamentar a denúncia contra os acusados, o subprocurador Carlos Frederico Santos afirmou que a associação entre os investigados ocorreu no acampamento e anexou à denúncia fotos para demonstrar que a estrutura do acampamento possibilitou garantir a permanência dos investigados no local.
"A estabilidade e a permanência da associação formada por aqueles que acamparam em frente ao quartel são comprovadas, de forma clara, pela perenidade do acampamento, que já funcionava como uma espécie de vila, com local para refeições, feira, transporte, atendimento médico, sala para teatro de fantoches, massoterapia, carregamento de aparelhos eletrônicos, recebimento de doações, reuniões, como demonstram as imagens", alegou Santos.
Cerca de 1.500 pessoas foram detidas e levadas para a prisão após invadirem e protagonizarem atos de vandalismo no Palácio do Planalto, no Congresso e na Suprema Corte no dia 8 de janeiro.