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Projeto chinês de restauração de ecosistemas contribui para a recuperação ecológica mundial

Fonte: Diário do Povo Online    10.01.2023 13h43

Por Bao Han, Diário do Povo

Secção de Tunxi do rio Xin'an, em Huangshan na província de Anhui, rodeada de montanhas verdes, águas límpidas, céu azul e um belo ambiente ecológico a 18 de dezembro de 2022. Foto: Xiao Benxiang, Diário do Povo Online

Recentemente, durante a segunda fase da reunião da COP15, as Nações Unidas anunciaram a seleção da “Iniciativa Shan-Shui na China”, o projeto integrado de proteção e restauração de montanhas, rios, florestas, campos, lagos, pastagens e areias promovido pelo governo chinês, como um dos dez primeiros "projetos de restauração ecológica a nível mundial". O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente apontou também que a “Iniciativa Shan-Shui na China” considera todos os ecossistemas como uma "comunidade de vida" e, por meio de esforços incessantes, tem restaurado milhões de hectares de terra no país.

A "Iniciativa Shan-Shui" é um projeto de referência que representa a prática do conceito de “comunidade de vida” aplicado a montanhas, rios, florestas, campos, lagos e pastagens do país. Neste contexto, têm sido implementados, desde 2016, 44 projetos distribuídos por pontos-chave ecológicos em zonas das "três regiões e quatro cinturões ecológicos" da China que constituem barreiras de segurança ecológica. Estes projetos abarcam diversos tipos de ecossistemas que incluem a área de conservação de água de Beijing-Tianjin-Hebei, o Planalto de Loess em Shaanxi, a bacia do lago Fuxian em Yunnan e a barreira ecológica do curso superior do rio Yangtze (seção Chongqing).

Desde 2016 que o governo chinês tem vindo a lançar projetos integrados de proteção e restauração de montanhas, águas, florestas, campos, lagos, pastagens e areias, de modo a alcançar de forma abrangente a proteção integrada e a governança sistemática dos vários elementos ecológicos à escala regional e de bacia hidrográfica. Assim se procura obter benefícios ecológicos holísticos e abrangentes. Em 2020, vários departamentos governamentais emitiram conjuntamente diretrizes orientadoras e cinco princípios de proteção e restauração ambiental, incluindo o respeito pela "prioridade ecológica e desenvolvimento verde" e o "primado da restauração natural, complementada por restauração artificial". Estas medidas visam orientar e padronizar, de forma abrangente, a implementação de projetos de proteção e restauração ecológica de montanhas, rios, florestas, campos, lagos e pastagens por todo o país.

Diversos lugares do país estão na vanguarda do processo de implementação da " Iniciativa Shan-Shui”. Os modelos técnicos de proteção e conservação, restauração natural, regeneração assistida e reconstrução ecológica são selecionados de acordo com o estado de degradação, dano e resiliência dos ecossistemas, e olhando às condições locais, de modo a contribuir com experiências valiosas para criação de uma “Bela China”. 

Por exemplo, caracterizada pela proteção geral e restauração sistêmica, a bacia do lago Chaohu em Hefei, na província de Anhui, implementou um projeto de proteção e restauração ecológica em seis fases em redor do dito lago e concluiu a construção de dez parcelas de terras húmidas em seu redor.

Por sua vez, caracterizada pela barreira ecológica das Três Gargantas, a província de Hubei implementou ativamente projetos de proteção e restauração ecológica de montanhas, rios, florestas, campos, lagos e pastagens na área das Três Gargantas do rio Yangtze, projetos esses que levam em consideração as tarefas de "controle de água, proteção de margens, restauração de montanhas, fertilização das terras, criação de cidades verdes e proteção florestal" e que permitem explorar um "Modelo de Hubei de proteção e restauração ecológica de toda a bacia, a todos os níveis e ao longo de todo o processo".

Por outro lado, consciente do seu posicionamento no curso superior do rio Amarelo, a província de Gansu implementou uma série de grandes projetos ecológicos para a proteção integrada e restauração de montanhas, rios, florestas, campos, lagos, pastagens e areias na área de conservação de água do curso superior do rio Amarelo em Gannan. De modo a fortalecer as barreiras de segurança ecológica do curso superior do rio Amarelo, foi também criado o Parque Nacional de Ruoergai-Estuário do Rio Amarelo e feita a construção piloto dos Parques Nacionais de Pastagem de Meiren e Awancang, na província de Gansu, etc.

A implementação da "Iniciativa Shan-Shui" trouxe retornos valiosos. A Bacia das Três Gargantas do rio Yangtze, na província de Hubei, foi outrora dominada por empresas de engenharia química mas tem, recentemente, visto o regresso do boto do Yangtze às suas águas. Adicionalmente, o fluxo principal do rio Amarelo na região de Gannan fornece 58,7% do escoamento de água na área de origem do rio Amarelo, constituindo um verdadeiro "reservatório chinês". Hefei foi selecionada no segundo lote de cidades de terras húmidas internacionais pela Convenção de Ramsar. 

Atualmente, a China levou a cabo proteção e restauração ecológicas em mais de 3,5 milhões de hectares de terra, e visa restaurar 10 milhões de hectares de ecossistemas naturais até 2030. O país alcançou uma série de conquistas inovadoras em termos de modelos organizacionais, métodos de implementação e padrões técnicos.

Os "projetos de restauração ecológica a nível mundial" foram selecionados conjuntamente pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pelo Organismo da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), juntamente com várias organizações internacionais. A decisão foi finalmente aprovada pelo Comitê Executivo da "Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas". Os dez primeiros projetos emblemáticos selecionados visam restaurar uma área total de mais de 68 milhões de hectares e criar cerca de 15 milhões de empregos. Uma vez selecionados, esses projetos serão elegíveis para promoção, assessoria e financiamento por parte das Nações Unidas. 

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