Pandemia provocou um excesso de 19% nas mortes registradas no Brasil em 2020, afirma estudo

Fonte: Xinhua    21.10.2022 13h26

O Brasil registrou um excesso de 19% nas mortes ocorridas no país em 2020, ano da chegada da pandemia da COVID-19, de acordo com um estudo divulgado na quinta-feira pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O grupo de doenças infecciosas e parasitárias foi o que mais se destacou entre as causas definidas. Também houve aumento de mortalidade por causas mal definidas.

"O excesso de óbito para esse período no Brasil foi de, aproximadamente, 190 mil e incluiu mortes associadas direta (devido à doença) ou indiretamente (devido ao impacto da pandemia nos sistemas de saúde e na sociedade) à COVID-19. O impacto total da pandemia foi, dessa forma, possivelmente maior do que o indicado pelas mortes relatadas apenas devido ao vírus SARS-CoV-2", destaca a Fiocruz.

O número de óbitos esperado foi estimado considerando análise de tendência linear com o número de mortes entre os anos de 2015 e 2019 para cada grupo de causas e cada unidade da federação.

"Algumas causas de morte têm relação com a desassistência provocada pela reorganização da rede assistencial, outras com a mudança nos padrões de interação social na população", ressaltou o pesquisador da Fiocruz, Raphael Guimarães.

"Esse diagnóstico é importante porque indica a necessidade dos sistemas locais de saúde serem mais resilientes, para que possam sustentar serviços essenciais de saúde durante crises, incluindo sistemas de informação de saúde mais consistentes", acrescentou.

Além do grupo de doenças infecciosas e parasitárias e causas mal definidas, outros grupos ultrapassaram o número de mortes esperado em mais de 10%: doenças endócrinas (16%), transtornos mentais (29%), doenças cardiovasculares (16%) e gravidez, parto e puerpério (27%).

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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