Herança patrimonial revitaliza vida rural no Tibete

Fonte: Diário do Povo Online    11.10.2022 09h05

Um som sibilante percorreu a vila ensolarada, quando mais um dia agitado, começou em uma oficina de esculturas em madeira no município de Bolo, na cidade de Qamdo, na Região Autônoma do Tibete, no sudoeste da China.

A arte de talhar madeira de Bolo, uma forma de patrimônio cultural imaterial nacional, remonta à Dinastia Qing (1644-1911) e foi inicialmente inventada para imprimir sutras budistas.

De acordo com os artesãos locais, este artesanato já esteve em risco de se perder, pois os antigos artesãos achavam difícil conseguir rendimento suficiente e os jovens apresentavam relutância em aprendê-lo.

As coisas começaram a mudar em 2019, quando os funcionários da vila decidiram apostar no setor. Uma empresa de artesanato étnico foi fundada, incluindo uma oficina de escultura em madeira com 1.400 metros quadrados.

Padma Gyatsen, uma aldeã local, nunca foi à escola. No passado, a única coisa que podia fazer para viver era dedicar-se à agricultura ou pastorícia. Agora, trabalhando na oficina, ganha mais de 4.000 yuans (cerca de 563,44 dólares americanos) por mês.

"Com o meu salário, posso comprar o que quiser e economizar mais de 20 mil yuans por ano", disse.

Criar uma placa de madeira Bolo implica mais de 10 procedimentos com recurso a mais de 40 ferramentas. Hoje, as obras são amplamente utilizadas para decoração de interiores em casas locais.

Ao longo dos anos, o número de artesãos na oficina aumentou de quatro para 112. De janeiro a agosto, os moradores locais receberam 1,8 milhão de yuans como dividendos da empresa, e os dividendos totais que receberam somaram 7,85 milhões de yuans.

De acordo com o departamento regional de cultura, um total de 121 oficinas de patrimônio cultural imaterial foram estabelecidas no Tibete, criando empregos para 3.053 pessoas de 2.271 famílias, aumentando a renda mensal em mais de 3.200 yuans em média.

Em um parque industrial de artesanato étnico no condado de Chagyab, artesãos em uma oficina estão envolvidos no processamento de objetos de ouro e prata Maidoi, uma arte artesanal incluída na lista de patrimônio cultural imaterial do Tibete.

"Graças ao workshop, podemos discutir juntos os desafios que estamos enfrentando e reunir sabedoria para atrair jovens artesãos e consumidores com os nossos produtos", disse Tengpa Doje, herdeiro do ofício.

O parque industrial de artesanato foi estabelecido em outubro de 2018 com um investimento total de cerca de 27,2 milhões de yuans e possui agora exemplares culturais tibetanos, como a pintura thangka, e o processamento de talheres de ouro e prata, que ajudaram a aumentar a renda dos moradores locais.

Até o final de 2021, o parque industrial trouxe mais de 9,6 milhões de yuans para mais de 670 pessoas em salários ou dividendos.

"A cultura tradicional é o nosso tesouro. O desenvolvimento da indústria cultural permite que nossa cultura seja transmitida e protegida", disse Ren Jianli, funcionário do condado de Chagyab.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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