A juíza Rosa Weber assumiu nesta segunda-feira a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, com um discurso em defesa da democracia, do diálogo político e da independência dos poderes.
Weber, de 73 anos, é a terceira mulher a ocupar a presidência na história da Suprema Corte e substitui Luiz Fux, que concluiu um mandato de dois anos.
A nova presidente do STF permanecerá no cargo por um ano, até outubro de 2023, quando deverá se aposentar por completar 75 anos, tal como estabelece a legislação brasileira.
Junto com a juíza, assumiu a vice-presidência do STF o ministro Roberto Barroso, de 64 anos, que assumirá o posto de Weber após sua aposentadoria.
Em seu discurso de posse, a ministra disse que suas primeiras palavras eram de "reverência incondicional à autoridade suprema da Constituição e das leis da República".
Weber ofereceu suas condolências aos familiares dos mortos na pandemia da COVID19, e se referiu à luta dos brasileiros contra a fome, a violência social e pela proteção do mio ambiente.
"Presto homenagem ao povo brasileiro, que não abandona a luta por sua verdadeira independência e busca construí-la a cada dia, com garra e tenacidade", acrescentou.
A ministra ressaltou os valores democráticos, destacou a importância da independência de poderes, do diálogo político e da imprensa e pediu respeito ao resultado das urnas nas eleições de outubro.
"A democracia pressupõe diálogo constante, tolerância, compreensão das diferenças e o cotejo pacífico de ideias diferentes e, inclusive, antagônicas" afirmou.
"Meu desejo e esperança é que nas próximas eleições tenhamos avançado na conquista do que nossa Constituição destaca em seu artigo III: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária", acrescentou.
Estiveram presentes na posse da ministra os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, bem como outras altas autoridades, exceto o presidente do país, Jair Bolsonaro.
Rosa Weber nasceu em Porto Alegre e se graduou em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Ela fez carreira na Justiça do Trabalho antes de chegar ao STF, nomeada pela presidente Dilma Rousseff e presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2018 e 2020.