O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, pediu na segunda-feira aos Estados Unidos que correspondam suas ações com suas palavras, incluindo não buscar confronto ou conflito, não buscar uma nova Guerra Fria e não buscar uma OTAN asiática ou uma região dividida em blocos hostis, além de parar de dizer ou fazer coisas que possam criar divisão e confronto.
Wang fez as observações em uma coletiva de imprensa diária ao responder sobre o discurso do secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin no Diálogo Shangri-La.
"Ao espalhar repetidamente a desinformação e pintar um quadro feio da China, os Estados Unidos só poderiam expor ainda mais sua má intenção de semear a discórdia e a verdadeira natureza de suas práticas hegemônicas e do exercício da política de poder", afirmou Wang.
Wang acrescentou que a maior ameaça à paz e estabilidade sobre o Estreito de Taiwan não vem de outros lugares mas das atividades separatistas obstinadas das forças da "independência de Taiwan" e da conivência e endosso dos EUA a tais atividades.
"São os Estados Unidos que têm procurado obscurecer e omitir o princípio de Uma Só China e continuado recuando em seus compromissos. São os Estados Unidos que estão relaxando as restrições às interações oficiais entre os Estados Unidos e Taiwan e aumentando as vendas de armas para a ilha tanto em termos qualitativos quanto quantitativos. Ainda são os Estados Unidos que têm ajudado Taiwan a expandir o chamado espaço internacional e até mesmo agido abertamente para apoiar Taiwan no 'fortalecimento' de suas chamadas 'relações diplomáticas'", disse Wang.
"Qual poderia ser o objetivo dos Estados Unidos para essas ações além de enviar sinais errados às forças da 'independência de Taiwan' e minar a paz e a estabilidade através do Estreito?", indagou.
Observando que os Estados Unidos são o maior fator que estimula a militarização na Ásia-Pacífico, Wang afirmou que os Estados Unidos implantaram aviões militares e navios de guerra no Mar do Sul da China de forma periódica e que suas aeronaves de reconhecimento imitaram eletronicamente aviões civis de outros países na região por várias vezes.
Citando estatísticas de instituições dotadas de conhecimento profissional, Wang disse que o número de missões de reconhecimento militar fechadas dos EUA contra a China mais do que dobrou em relação a uma década atrás, acrescentando que desde o início deste ano, os navios da marinha dos EUA passaram em média uma vez por mês pelo Estreito de Taiwan, sendo que as aeronaves militares americanas se envolveram em missões de reconhecimento próximo de grande escala, frequente e provocativa para deter e dar pressão à China.
"Aparentemente, a 'militarização' e a 'liberdade de navegação em perigo' são mais precisas quando usadas para descrever o comportamento dos Estados Unidos", observou Wang.
"A comunidade internacional não será ludibriada pelos comentários dos Estados Unidos para difamar a China". O que os Estados Unidos disseram só infligirá em sua própria credibilidade", acrescentou.