Cúpula das Américas recebe “nota negativa”

Fonte: Diário do Povo Online    13.06.2022 11h26

Acordo de migração foi assinado, apesar da ausência de países de origem de migrantes

A Cúpula das Américas, sediada pelos EUA em Los Angeles, abalada pelo espetro de divisão e um boicote parcial em seu início, foi considerada pelos analistas como dececionante e sem substância.

O encontro regional contou com a presença de líderes de 23 países do Hemisfério Ocidental e foi concluído na última sexta-feira com a apresentação da "Declaração de Los Angeles" - um acordo que visa distribuir a responsabilidade pelo enfrentamento do problema da migração em toda a região.

A cúpula rendeu também acordos regionais sobre desenvolvimento econômico, política climática e recuperação pós-Covid.

Enquanto os assessores do presidente dos EUA, Joe Biden, elogiaram o pacto de migração como a peça central da cúpula, a ausência de líderes de países considerados como as maiores fontes de migrantes, incluindo México, Guatemala, Honduras e El Salvador, afetou a relevância da declaração conjunta.

Na última sexta-feira, Joseph Villela, diretor política da initiative política de Sunita Jain Anti-Trafficking da Loyola Law School, em Los Angeles, tuitou: “A minha crítica à Cúpula das Américas é que ela falhou em trazer toda a gente para a mesa, incluindo comunidades impactadas, e falhou em fornecer soluções ousadas para lidar com o tráfico humano".

Na cúpula, Washington prometeu US$ 314 milhões em assistência humanitária para refugiados e migrantes vulneráveis e se comprometeu a realojar 20.000 refugiados das Américas nos próximos dois anos.

A Bloomberg News foi rápida em colocar esse número em perspetiva, relatando na última sexta-feira que a Patrulha de Fronteira dos EUA teve mais de 200.000 encontros com migrantes na fronteira sul somente em abril.

"Claramente, a cúpula foi uma deceção em um momento em que a América Latina realmente precisa de alguma liderança efetiva dos EUA e investimento econômico", disse Robin Lauren Derby, professora de história e diretora do programa do Caribe do Instituto Internacional da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

“A inflação está subindo e o turismo está em crise nos últimos anos devido à Covid-19 e, embora aprecie o gesto de Biden relativamente à linguagem da parceria, a proposta parece vaga”, disse ela ao China Daily.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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