A China se opôs de forma veemente às observações feitas pelo secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, no último sábado, no 19º Diálogo Shangri-La sobre o Mar do Sul da China e Taiwan, qualificando-as de declarações infundadas e falsas contra a China.

A acusação de Austin de que as "intercetações não profissionais e frequentes" da China a aviões de outros países no espaço aéreo do Mar da China Meridional não se coadunam com os fatos, disse o tenente-general Zhang Zhenzhong, vice-chefe do Departamento de Pessoal Conjunto da Comissão Militar Central da China, em uma coletiva de imprensa.

"Temos que salientar que o local ou o espaço aéreo onde este evento decorreu foi no espaço aéreo próximo das Ilhas Xisha e Nansha da China, não no espaço aéreo dos aliados americanos. A China precisa tomar as contramedidas necessárias para salvaguardar seus interesses de soberania e segurança. As contramedidas que tomamos foram conduzidas de forma profissional e segura", disse Zhang.

Zhang disse que a reivindicação de militarização do Mar da China Meridional se adequa melhor aos Estados Unidos, pois frequentemente enviam navios de guerra e aviões para invadir as águas adjacentes e o espaço aéreo das ilhas e recifes da China, além de que frequentemente realizam atividades de reconhecimento e exercícios militares na área.

Zhang enfatizou que nunca houve problemas no Mar da China Meridional até que os Estados Unidos criassem problemas.

Zhang afirmou que as observações de Austin sobre Taiwan consistem numa interferência nos assuntos internos da China, pelo que pediu a Washington para parar de jogar a "carta de Taiwan".

"A questão de Taiwan é a que mais facilmente pode levar as relações China-EUA ao conflito. A gestão incorreta da questão de Taiwan terá um impacto destrutivo nos laços bilaterais. O Exército de Libertação Popular da China permanece alerta para assegurar resolutamente a soberania, segurança e integridade territorial a qualquer custo", concluiu.