A China exigiu que os EUA dessem uma explicação razoável sobre os seus diplomatas reconhecerem que Washington sensasionalizou questões relacionadas com a Região Autônoma Uigur de Xinjiang, numa tentativa de conter a China.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira que qualquer tentativa de comprometer a harmonia e estabilidade de Xinjiang e de conter o desenvolvimento da China nunca será bem sucedida.
Um repórter da Phoenix TV relatou que Sheila Carey e Andrew Chira, dois quadros do Departamento de Economia e Política do Consulado Geral dos EUA em Guangzhou, reconheceram em privado junto de convidados durante um evento em 2021 que "nada está errado" em Xinjiang.
O Global Times noticiou que Carey e Chira haviam dito que nada estava errado em Xinjiang, mas que atacar as políticas de direitos humanos é um método eficiente para causar uma clivagem em Xinjiang, afastando a região da cadeia industrial internacional, e tornando os uigures infelizes e mais propensos a atacar o governo chinês.
Zhao disse, "não ficaria surpreendido se essa informação fosse autêntica", acrescentando, "Esta não é a primeira vez que oficiais americanos reconhecem a verdade".
Zhao citou um discurso do oficial do exército americano aposentado Lawrence Wilkerson em 2018, em que afirmou que se a CIA quisesse desestabilizar a China, a melhor forma de o fazer seria fomentar instabilidade usando membros do grupo étnico uigur em Xinjiang.
Além disso, Zhao referiu comentários proferidos em 2015 por Sibel Deniz Edmonds, um ex-tradutor de contratos do FBI, que disse que os EUA não tinham qualquer preocupação com as pessoas em Xinjiang. Edmonds afirmou que as alegações foram feitas sobre Xinjiang de modo a perturbar a região.
Zhao também apontou para comentários feitos pelo ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que havia dito que "a glória da exploração e progresso contínuos da América" se baseava no fato de que "mentimos, trapaceamos, roubamos".
Zhao disse: "O alegado genocídio em Xinjiang é a mentira do século inventada por políticos dos EUA e a obra-prima clássica da diplomacia de mentiras dos EUA".
A unidade étnica de Xinjiang, a estabilidade social e a prosperidade econômica servem como o melhor e mais contundente desafio às mentiras fabricadas pelos EUA, acrescentou.
A ministra adjunta das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse nas redes sociais no domingo que estava esperando uma explicação sobre os comentários dos diplomatas dos EUA, qualificando-os de "verdade rara por parte das autoridades dos EUA que mentem descaradamente".
Zhao disse que os EUA estão obcecados em fazer de Xinjiang um problema para cercar e conter a China. O governo Biden começará a aplicar a chamada "Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur" em 21 de junho, a qual impedirá que produtos feitos com "trabalho forçado" em Xinjiang sejam exportados para os EUA.
O Departamento de Estado dos EUA divulgou na quinta-feira o "Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2021", divulgando mentiras, disse Zhao.
Os EUA não têm justificativa para apontar o dedo para a China, disse ele. "Toda vez que divulgam um relatório desse tipo, os EUA irão expor ainda mais sua hipocrisia e padrões duplos".