O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira que intervirá pessoalmente, promovendo mais mudanças em altos cargos de indicação do governo na intenção de combater a alta nos preços dos combustíveis aplicados pela Petrobras.
Bolsonaro, que já havia trocado o comando da companhia, fez a mesmo no Ministério das Minas e Energia, e disse em sua transmissão semanal nas redes sociais que a empresa deve cumprir seu papel social e voltou a criticar a alta dos preços aplicada pela Petrobras, o que repercute diretamente na inflação do país.
"Estamos fazendo o possível na Petrobras, sem interferência, para ela entender seu papel. Entender como? Fazendo mudanças aqui, como fizemos no Ministério de Minas e Energia", explicou.
O almirante Bento Albuquerque deixou o cargo na quarta-feira após as críticas recebidas por Bolsonaro devido ao lucro milionário registrado pela Petrobras no primeiro trimestre deste ano e à política da empresa de ajustar os preços dos combustíveis aos do mercado internacional. No mesmo dia, Bolsonaro nomeou o economista Adolfo Sachsida para substituí-lo.
"Tínhamos um pequeno problema na Petrobras, ele (Albuquerque) resolveu assinar sua saída do Ministério de Minas e Energia... a gente espera fazer mudanças de pessoas que a gente pode fazer para a gente buscar minorar, diminuir o preço do combustível no Brasil", afirmou, acrescentando ter a expectativa que haja redução.
O presidente anunciou ainda que pretende recorrer à Justiça para tentar obrigar a Petrobras a reduzir o preço dos combustíveis, embora tenha admitido que são remotas as possibilidades de conseguir decisão favorável. Ele reclamou de interferências do Judiciário em medidas do governo para enfrentar os efeitos da alta na inflação.
"A gente espera redução do preço. Vamos ter que recorrer à Justiça. Sabemos que, quando eu recorro, é quase impossível eu ganhar, quando isso for colocado para votação (na Suprema Corte)", afirmou.
Em abril, o preço dos combustíveis foi o grande responsável pela inflação de 1,06%, a maior registrada para o mês em 26 anos.
Nos últimos doze meses até abril, o preço da gasolina aumentou 31,22%, do etanol 42,11% e do diesel 53,58%. A disparada é um dos principais pontos de preocupação de Bolsonaro, que buscará um segundo mandato nas eleições gerais de outubro.