A China tem apoiado a Rússia e a Ucrânia para superar as dificuldades e continuar com as negociações, e saúda todos os esforços da comunidade internacional para promover a paz, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês na sexta-feira.

O porta-voz Zhao Lijian fez as observações em uma coletiva de imprensa regular em resposta a uma pergunta sobre a recente visita do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, à Rússia e à Ucrânia.

"Saudamos os esforços de mediação de Guterres para aliviar a tensão entre a Rússia e a Ucrânia. A China tem apoiado a Rússia e a Ucrânia para superar as dificuldades e continuar com as negociações, e saúda todos os esforços da comunidade internacional propícias à promoção de negociações de paz", disse Zhao.

"Já se passaram mais de dois meses desde que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia começou, e os efeitos do conflito estão se tornando cada vez mais óbvios e preocupantes", disse Zhao, acrescentando que a China notou que o povo europeu está pedindo um fim antecipado ao conflito através de conversações de diálogo e de paz.

Observando que a guerra prolongada e as sanções contra a Rússia fizeram com que os preços da energia na Zona do Euro subissem 44,7% ano a ano, o porta-voz disse que a inflação está aumentando e as pessoas comuns têm sido cada vez mais afetadas. "Em contraste, traficantes de armas dos EUA, comerciantes de grãos e negociantes fizeram uma fortuna."

Zhao disse que, nas circunstâncias atuais, a comunidade internacional deve insistir em defender a unidade em vez de divisão, a democracia em vez de hegemonia, o diálogo e a consulta, em vez de sanções unilaterais, e objetividade em vez de tomar partido.

"Devemos trabalhar juntos para promover o fim dos conflitos e trazer paz o mais cedo possível. A China está pronta para trabalhar com outras partes para continuar desempenhando um papel construtivo nesse sentido", acrescentou.

Respondendo às recentes observações de John Aquilino, comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA, de que a cooperação entre a China e a Rússia é preocupante, Zhao disse que uma das experiências bem sucedidas das relações China-Rússia é que os dois lados foram além do modelo de aliança militar e política da Guerra Fria.

Os dois lados sempre se comprometeram a desenvolver um novo tipo de relação internacional seguindo o princípio da não aliança, não confronto e não direcionamento de qualquer terceiro, acrescentou o porta-voz. "Isso é fundamentalmente diferente da mentalidade da Guerra Fria de certos países que insistem em formar pequenos círculos e perseguir o jogo de soma zero."

Os Estados Unidos violaram seu compromisso e promoveram continuamente a expansão da OTAN para o leste e, portanto, assumem uma responsabilidade incontrolável pela crise da Ucrânia, observou Zhao.

Ele acrescentou que, enquanto a ONU e a comunidade internacional pedem o fim do conflito, os Estados Unidos continuam a adicionar combustível às chamas, clamando para lutar até o último ucraniano.

Os Estados Unidos também continuaram a fornecer fundos e armas à Ucrânia, disse o porta-voz.

"O verdadeiro propósito dos Estados Unidos não é a paz, mas fazer o conflito continuar. Como os próprios Estados Unidos disseram, seu objetivo é enfraquecer a Rússia", disse Zhao.