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OMC prevê economia global frágil em meio ao conflito Rússia-Ucrânia

Fonte: Xinhua    14.04.2022 15h00

As perspectivas para a economia global ficaram sombrias desde o início do conflito Rússia-Ucrânia, afirmou a Organização Mundial do Comércio (OMC) em suas estatísticas anuais de comércio e relatório de perspectivas publicado na terça-feira.

O Produto Interno Bruto (PIB) global às taxas de câmbio do mercado foi projetado pela OMC para crescer 2,8 por cento em 2022, uma queda de 1,3 pontos percentuais em relação à previsão anterior de 4,1 por cento. É estimado que o crescimento aumente para 3,2 por cento em 2023, perto da taxa média de 3,0 por cento entre 2010 e 2019.

A organização espera que o volume de comércio mundial de mercadorias cresça 3,0 por cento em 2022, abaixo da previsão anterior de 4,7 por cento. A taxa de crescimento é estimada em 3,4 por cento para 2023, mas essas projeções são menos certas do que o normal devido à natureza fluida do conflito Rússia-Ucrânia.

O impacto econômico mais imediato da crise foi um forte aumento nos preços das commodities, segundo o relatório.

Os dados do relatório enfatizaram que a Rússia e a Ucrânia são os principais fornecedores de bens essenciais, como alimentos, energia e fertilizantes. Os embarques de grãos através dos portos do Mar Negro já foram interrompidos, com consequências potencialmente terríveis para a segurança alimentar em países pobres.

Em 2022, a produção na região da Comunidade de Estados Independentes (CEI), exceto a Ucrânia, deverá ter uma queda acentuada de 7,9 por cento, levando a uma contração de 12,0 por cento nas importações da região.

De acordo com Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da OMC, o conflito militar "prejudicou a economia global em um momento crítico. Seu impacto será sentido em todo o mundo, particularmente nos países de baixa renda, onde os alimentos representam uma grande fração dos gastos domésticos".

"Este não é o momento de se voltar para dentro. Em uma crise, é necessário mais comércio para garantir o acesso estável e equitativo às necessidades. Restringir o comércio ameaçará o bem-estar de famílias e empresas e tornará mais difícil a tarefa de construir uma recuperação econômica de COVID-19", disse ela.

Okonjo-Iweala pediu que governos e organizações multilaterais trabalhem juntos para facilitar o comércio em um momento de fortes pressões inflacionárias sobre suprimentos essenciais e pressões crescentes sobre as cadeias de suprimentos.

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