Brasil abre primeiro curso de pós-graduação especializado na China contemporânea

Fonte: Xinhua    02.04.2022 14h51

O primeiro curso de pós-graduação em China Contemporânea, organizado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), iniciou suas aulas nesta sexta-feira, oferecendo aos pesquisadores brasileiros a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a realidade chinesa.

A iniciativa reflete o interesse cada vez maior no mundo acadêmico por conhecer melhor o maior parceiro comercial do país e do grupo BRICS -- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, com quem mantém vínculos diversificados, econômicos, políticos e culturais.

A PUC-Minas criou também o Centro de Estudos Globais e China, responsável pela organização do curso e por reunir especialistas que estudam os diversos aspectos do país asiático.

O objetivo do curso, oferecido na modalidade à distância, é proporcionar ao futuro especialista uma visão completa e profunda da China nos âmbitos econômico-político, comercial, institucional e histórico-cultural que conformam sua posição atual no sistema internacional e na economia global.

O professor de Relações Internacionais, Javier Vadell, coordenador do programa, destacou em sua apresentação que o inegável impacto da ascensão da China afeta os cenários econômico, político, ambiental, cultural e tecnológico, entre outros.

"Entender a China como um ator-chave no mundo contemporâneo se converteu em uma necessidade para diversos âmbitos da atividade profissional: no mundo acadêmico, nas empresas, no setor público, entre os responsáveis políticos e nas organizações internacionais e não-governamentais", afirmou.

"Esse processo de ascensão da China tem ocasionado nos últimos anos um interesse crescente em estudar o país, o que pode ser demonstrado pela quantidade de pesquisadores em temáticas ligadas ao país asiático em seus mais diversos aspectos", acrescentou.

Na aula inaugural realizada no dia 31, prévia ao início do curso, o professor Evandro Menezes de Carvalho fez uma palestra sobre a Governança da China: Desafios para a política interna e internacional.

Carvalho, diretor do núcleo Brasil-China da Fundação Getúlio Vargas (FGV), professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador da Universidade Fudan de Shanghai, destacou que "é necessário abandonar o dicionário ocidental para entender a China".

"Não dá para construir um conhecimento sobre a China a partir exclusivamente de um dicionário que foi elaborado pelo Ocidente para compreender a China. E quando digo Ocidente, não estou incluindo nem o Brasil nem a América Latina", afirmou.

"É necessário ter muito cuidado com os lugares comuns, que dificultam o conhecimento sobre a China", ressaltou.

O curso de especialização sobre a China Contemporânea pretende capacitar profissionais para analisar de forma crítica e reflexiva a dinâmica e os fenômenos sociopolíticos da China e compreender a relação entre a política e a economia no processo de desenvolvimento chinês e seu impacto global.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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