O Banco Central do Brasil indicou uma alta probabilidade do teto da meta oficial da inflação para 2022 seja superado pelo segundo ano consecutivo, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira.

A meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional para este ano é de 3,5%, com 1,5 ponto percentual de tolerância para cima ou para baixo.

O Banco Central desenhou dois cenários para a inflação este ano, baseados na trajetória dos preços do petróleo e, em ambos os casos, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) tem grandes possibilidades de ficar acima do teto da meta.

Na projeção do cenário "alternativo", que utiliza trajetória descendente para o preço do barril de petróleo, a inflação acumulada em 12 meses atinge pico de 10,6% no primeiro trimestre, caindo para 6,3% no fim de 2022, acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta.

Já na projeção do cenário de referência, que utiliza hipótese usual para a trajetória do preço do petróleo, a inflação acumulada em quatro trimestres fica em 10,6% nos dois primeiros, baixando para 7,1% no fim do ano, também acima do teto da meta.

Segundo o Banco Central, a probabilidade de a inflação ficar acima do limite em 2022 saltou de 41% no relatório anterior, divulgado em dezembro, para em torno de 88% no cenário "alternativo", considerado como mais provável pela autoridade monetária, e 97% no cenário de referência.

Em busca de controlar uma inflação persistente, o Banco Central iniciou em março de 2021 um processo de ajuste monetário, com elevação contínua da taxa básica de juros Selic.

Na semana passada, o Comitê de Política Econômica (Copom) do BC subiu a Selic de 10,75 para 11,75% anual e para sua próxima reunião em maio, assinalou um novo aumento da mesma magnitude.