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China saúda qualquer medida destinada a aliviar crise humanitária na Ucrânia

Fonte: Xinhua    25.03.2022 15h24

Foto capturada em 23 de março de 2022 mostra carros danificados em Mariupol da Ucrânia. (Victor/Xinhua)

A China saúda qualquer iniciativa e medida que possa ajudar a aliviar e resolver a crise humanitária na Ucrânia, disse nesta quinta-feira o representante permanente do país nas Nações Unidas, Zhang Jun.

"O ponto de partida fundamental da China é incentivar a comunidade internacional e a ONU a darem grande importância à situação humanitária na Ucrânia", afirmou ele à Sessão Especial de Emergência da Assembleia Geral da ONU sobre a Ucrânia.

A China pede às partes pertinentes que fortaleçam a coordenação sobre a questão humanitária, protejam efetivamente a segurança dos civis, especialmente grupos vulneráveis, como mulheres e crianças, e facilitem as operações de evacuação de pessoal e ajuda humanitária.

"Com base na situação atual, ao lidar com a questão humanitária da Ucrânia, os princípios da humanidade, neutralidade e imparcialidade estabelecidos pela resolução 46/182 da Assembleia Geral devem ser rigorosamente observados para evitar a politização das questões humanitárias", disse o embaixador.

Zhang Jun (centro na frente), representante permanente da China nas Nações Unidas, fez comentários explicativos depois da votação sobre a situação na Ucrânia, na sede a ONU em Nova York, em 23 de março de 2022. (Xinhua/Xie E)

Zhang ressaltou que "é doloroso ver a contínua deterioração da situação humanitária na Ucrânia, bem como as baixas civis e o deslocamento maciço de pessoas causado pelo conflito".

"A prioridade máxima agora é que as partes pertinentes mantenham as máximas restrições, evitem mais vítimas civis e alcancem um cessar-fogo negociado o mais rápido possível, especialmente para evitar uma crise humanitária de maior escala", salientou ele.

Referindo-se ao projeto de resolução sobre a situação humanitária na Ucrânia apresentado pela França, México e outros, que foi aprovado na Assembleia Geral, o embaixador apontou que "a China reconhece o propósito do projeto de resolução e agradece os esforços da França, México e países relevantes na promoção do consenso".

No entanto, ele ressaltou que "é claro que alguns elementos do projeto de resolução vão além do contexto humanitário e algumas questões são tão complexas que só podem ser resolvidas através de negociações políticas entre as partes envolvidas".

"O projeto de resolução proposto pela África do Sul se concentra na questão humanitária e aborda os aspectos importantes da situação atual na Ucrânia, enfatizando que a cessação das hostilidades é o primeiro passo fundamental para melhorar a situação humanitária", destacou ele, acrescentando: "acreditamos que, nas condições atuais, o projeto de resolução proposto pela África do Sul é mais propício para promover a unidade dos membros da ONU e abrir a porta para mais diálogo e negociação e uma solução diplomática.

"Portanto, a China co-patrocinou o projeto de resolução proposto pela África do Sul", observou o embaixador.

Zhang alertou que "os efeitos da crise da Ucrânia trouxeram ainda mais impactos globais".

"O mundo ainda está para emergir da sombra da pandemia de COVID-19, e a implementação cada vez maior de sanções abrangentes e não discriminatórias causou e causará ainda mais um enorme impacto na economia, comércio, finanças, energia, alimentos e cadeias industriais e de suprimentos no mundo, afetando seriamente a vida normal das pessoas em todos os países, e tornando a já difícil economia mundial ainda pior", explicou ele.

"Os países em desenvolvimento, que compõem a maioria do mundo, não são partes desse conflito. Eles não devem ser tirados para a questão e forçados a sofrerem as consequências dos conflitos geopolíticos e da grande rivalidade de poder", disse ele.

O embaixador afirmou que, ao abordar questões internacionais e regionais quentes, não pode haver apenas duas opções: o uso da força e das sanções. "Diante de situações complexas, todos os países têm o direito de decidir de forma independente e autônoma suas próprias políticas externas. Os países relevantes não devem adotar uma abordagem simplista de amigo ou inimigo, preto ou branco, e não devem forçar nenhum país a escolher um lado."

"O respeito pela soberania, independência e integridade territorial de todos os países é uma norma básica que rege as relações internacionais que se aplica a todos os países e a todas as situações. Não deve haver exceções, ainda menos padrões duplos", acrescentou.

Zhang ressaltou a importância do diálogo e da negociação, observando que essa é "a única saída para a crise da Ucrânia".

"A China pede fortemente à comunidade internacional que permaneça racional, fortaleça a unidade e faça esforços incessantes para o cessar-fogo e a paz. A China continuará seu papel construtivo na facilitação das negociações de paz", disse o embaixador.

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