Um terremoto de magnitude 7,4 atingiu a costa de Fukushima, no norte do Japão, na noite de quarta-feira, cortando o acesso energético a mais de 2 milhões de casas, inclusive em Tóquio, provocando preocupações sobre a usina nuclear de Fukushima Daiichi.
Pelo menos três pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas no terremoto, segundo a agência de notícias Xinhua. Uma das vítimas mortais foi um homem de 60 anos que morava em Soma, uma cidade na província de Fukushima, informou a mídia local.
O primeiro-ministro Fumio Kishida disse na quinta-feira que as autoridades estão investigando a situação, incluindo o número de mortes relacionadas ao terremoto. O Ministério da Defesa enviou um contingente a Fukushima para ajudar nas operações de socorro.
"Tomaremos todas as medidas possíveis para responder ao desastre", disse Kishida.
O tremor, que aconteceu às 23h36 – dois minutos depois de um terremoto de magnitude 6,1 – despertou memórias para muitos na região, onde um terremoto e tsunami de magnitude 9,0 ocorreram há 11 anos, resultando em uma crise nuclear.
A Agência Meteorológica do Japão avançou que o terremoto ocorreu nas águas de Fukushima a uma profundidade de cerca de 57 quilômetros. A agência alertou ainda para possíveis terremotos de escala semelhante na próxima semana.
A Tokyo Electric Power Co, operadora da usina nuclear de Fukushima Daiichi, disse que os trabalhadores não encontraram anormalidades no local, que está em processo de desativação.
O secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, disse que não houve problemas com a segurança nas usinas nucleares nas áreas atingidas pelo terremoto, embora haja relatos de que as bombas de água nas piscinas de armazenamento de combustível usado pararam de funcionar temporariamente na usina Fukushima Daini.
Enquanto isso, o sistema de resfriamento para as piscinas de combustível usado nos reatores nº 2 e nº 5 da usina Fukushima Daiichi foi também interrompido temporariamente.
Mais de 2,2 milhões de residências na região de Tóquio foram mergulhadas na escuridão, segundo a TEPCO Power Grid e a Tohoku Electric Power Network. Mais tarde, a energia foi restaurada na maioria das residências, na quinta-feira.
Um trem-bala com cerca de 100 passageiros a bordo descarrilou entre a Estação Fukushima e a Estação Shiroishizao, na província de Miyagi, mas não houve feridos.
A embaixada chinesa no Japão emitiu um alerta de emergência na quinta-feira: "Ainda é provável que ocorram fortes tremores secundários na próxima semana. Para garantir a segurança, lembramos aos cidadãos chineses no Japão, especialmente aqueles que vivem perto do epicentro do terremoto, que estejam alerta para réplicas e potenciais desastres secundários, como deslizamentos de terra", referiu o comunicado da embaixada.
Um porta-voz da embaixada chinesa disse ao China Daily: "Não há relatos de vítimas chinesas no momento e continuamos investigando a situação".
A emissora pública NHK disse que o terremoto parece ter sido o resultado do aparente afundamento da placa tectônica do Pacífico e enfatizou a necessidade de vigilância por pelo menos uma semana.
