Cientistas chineses revelam como os morcegos facilitam a transmissão de vírus

Fonte: Xinhua    15.03.2022 10h02

Pesquisadores chineses descobriram que uma proteína imunossupressora concentrada nas glândulas salivares do morcego pode ajudar o animal a facilitar a transmissão de vírus.

Os morcegos são cada vez mais considerados reservatórios potenciais de muitos vírus que causam doenças zoonóticas através de repercussões para outros animais e humanos. No entanto, os cientistas têm uma compreensão limitada sobre os fatores que contribuem para a disseminação de vírus por morcegos.

De acordo com pesquisadores do Instituto de Zoologia de Kunming da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade Médica do Exército, os morcegos têm um conjunto único de respostas imunes antivirais que controlam a propagação de vírus enquanto limitam as respostas inflamatórias auto-destrutivas.

Muitas pesquisas especularam que os morcegos têm locais imunologicamente privilegiados no corpo onde o mamífero voador pode tolerar a introdução e residência de antígenos estranhos sem provocar uma resposta imune inflamatória. As cavidades orais, como canal de entrada e excreção de vírus, são tidas como um local imunologicamente privilegiado em morcegos.

Os pesquisadores identificaram uma proteína imunossupressora chamada MTX, que possivelmente cria um ambiente imunologicamente privilegiado e induz a tolerância imunológica do hospedeiro aos vírus nas cavidades orais dos morcegos, neutralizando a resposta imune do hospedeiro.

A descoberta foi publicada na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Em outras pesquisas, eles descobriram que dar MTX a camundongos facilitou a infecção do vírus da gripe H1N1, levando a uma maior invasão do vírus e danos nos tecidos.

Os pesquisadores informaram que a MTX é altamente concentrada nas glândulas salivares dos morcegos. Seu estudo sugere um mecanismo para gerar privilégio imunológico e tolerância imunológica em morcegos e fornece evidências de disseminação viral através de secreções orais.

Enquanto isso, a MTX pode ser um candidato potencial para o desenvolvimento de medicamentos anti-inflamatórios, segundo os pesquisadores.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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