O governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) anunciou nesta quarta-feira que pretende direcionar mais de 54 bilhões de dólares de Hong Kong (cerca de US$ 7 bilhões) para o trabalho local anti-COVID-19 no novo ano financeiro.

"Neste momento crítico, precisamos direcionar mais recursos para aliviar as dificuldades das pessoas e fornecer às pequenas e médias empresas (PMEs) algum espaço para respirar para estabilizar a economia e manter a confiança do público", destacou Paul Chan, secretário financeiro do governo da RAEHK, no discurso do orçamento de 2022-23.

Com a mais recente situação local e externa, bem como o efeito de estímulo das medidas fiscais, Chan prevê que a economia de Hong Kong terá um melhor desempenho no segundo semestre deste ano e alcançará um crescimento de 2% a 3,5% em termos reais para o ano como um todo.

Cerca de 22 bilhões de dólares de Hong Kong serão usados para fortalecer o trabalho de teste de COVID-19 e apoiar a Autoridade Hospitalar da RAEHK, enquanto 12 bilhões serão injetados no Fundo Antiepidêmico para a construção de várias instalações relacionadas ao combate ao coronavírus.

Chan revelou que outros 20 bilhões de dólares de Hong Kong foram destinados a outras necessidades antiepidêmicas em potencial.

"Vamos dar total apoio para combater a epidemia caso sejam necessários mais recursos", garantiu ele no discurso via videoconferência para membros do Conselho Legislativo.

O orçamento destaca o aumento da resiliência econômica de Hong Kong e o enriquecimento do desenvolvimento industrial.

"Durante este momento crítico de combate à epidemia, devemos tomar todas as medidas necessárias para preservar a vitalidade da economia, em particular a sobrevivência das PMEs, e nos esforçar para salvaguardar os empregos", ressaltou ele.

O secretário financeiro propôs reduzir o imposto sobre lucros para o ano de avaliação 2021/22 em 100%, uma medida que deve beneficiar 151.000 empresas e reduzir a receita do governo em 1,2 bilhão de dólares de Hong Kong.

Estima-se que as medidas anticíclicas, que custam ao todo mais de 170 bilhões de dólares de Hong Kong no orçamento, juntamente com os gastos em projetos de infraestrutura e outros itens terão um efeito de estímulo fiscal para impulsionar a economia em cerca de 3 pontos percentuais, analisou Chan.

"Prevejo que a economia de Hong Kong crescerá em média 3% ao ano em termos reais de 2023 a 2026, ligeiramente acima da tendência de crescimento de 2,8% durante a década anterior à pandemia", disse ele.