O Ministério das Relações Exteriores iraniano negou na segunda-feira uma reclamação do Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, de que houve conversas diretas entre os dois países nos últimos meses, informou a agência de notícias oficial IRNA.
"Desde o início das negociações sobre o renascimento do acordo nuclear de 2015 em Viena, o Irã não manteve negociações diretas com os Estados Unidos", disse Saeed Khatibzadeh, porta-voz do ministério, em um discurso em uma entrevista coletiva semanal.
Na sexta-feira, Sullivan disse a repórteres em Washington que os Estados Unidos "se comunicaram por meio dos europeus e diretamente com o Irã".
"O Irã recebeu algumas mensagens sobre as questões das negociações em formas escritas e não escritas por meio de mediadores da UE desde o início das negociações em Viena, às quais as respostas foram dadas no local", observou Khatibzadeh.
Em maio de 2018, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, retirou Washington do acordo nuclear iraniano, oficialmente conhecido como Plano de Ação Global Conjunto, e impôs sanções unilaterais contra o Teerã em uma tentativa de fechar um novo acordo.
Desde o início de abril deste ano, representantes da China, França, Alemanha, Rússia, Grã-Bretanha e Irã realizaram sete rodadas de negociações na capital austríaca, com os Estados Unidos envolvidos indiretamente, com o objetivo de trazer os Estados Unidos de volta ao JCPOA e preparar a base para a sua plena implementação.
A sétima e última rodada de negociações começou no dia 29 de novembro e foi concluída na sexta-feira.
"Hoje, temos dois novos textos acordados, que são o resultado das intensas negociações dos últimos dias na capital austríaca", disse Khatibzadeh.
"Os novos textos incorporaram as visões do Irã em comparação com os anteriores. Agora temos textos segundo os quais podemos continuar as negociações futuras", acrescentou ele.
Sobre a abordagem dos EUA às negociações e sua intenção, o porta-voz iraniano disse que Washington não ofereceu "nenhuma proposta ou texto tangível" a outras partes, colocando "um grande ponto de interrogação sobre a intenção da América".