O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse nesta quinta-feira que não irá declarar um novo "estado de emergência" -- o mais alto nível de alerta de proteção civil -- mesmo que o país dobre os casos diários de COVID-19 até ao Natal.
"Oito mil casos (por dia) ainda fica aquém daquilo que tivemos há um ano e sobretudo com uma grande diferença: há um ano não testávamos o que testamos hoje", disse aos jornalistas.
Segundo Rebelo de Sousa, neste momento de pandemia "O que interessa é o número dos cuidados intensivos e o número de mortos e aí tem havido uma estabilidade tendencial em relação há um ano", e não apenas o número de pessoas infectadas com sintomas leves.
Ele disse que nestes indicadores Portugal tem alcançado "uma estabilidade tendencial" porque "a vacinação está a ter uma adesão massiva dos portugueses".
Ele reconheceu que poderia recorrer a mais "medidas aconselháveis", mas "mas não aquilo que se passou há um ano".
"Eles estão a querer, e bem, vacinar-se, e se continuarem a querer vacinar-se, se aderirem como têm aderido à vacinação, e se ao mesmo tempo respeitarem as regras sanitárias, terão um Natal que é simultaneamente de abertura e de bom senso", disse.
Portugal registrou esta semana o maior número diário de novos casos de COVID-19 dos últimos dez meses, de acordo com a Direcção Geral da Saúde (DGS).
O país já registrou 19 casos confirmados da nova variante do coronavírus Omicron, informou o diretora-geral de Saúde Graça Freitas em entrevista à rede de televisão RTP, e há outros a serem investigados.
Em 1º de dezembro, Portugal entrou - pela segunda vez este ano - num "estado de calamidade", que é um nível intermédio de resposta que pode ser decretado pelo governo. Está programado para permanecer em vigor até 20 de março de 2022.