Pesquisadores portugueses inventam vacina comestível contra COVID-19

Fonte: Xinhua    23.11.2021 13h35

Os cientistas do Instituto Politécnico do Porto (IPP), em Portugal, estão desenvolvendo uma vacina comestível contra a COVID-19 que pode ser ingerida com líquidos, como iogurte ou suco de frutas.

Em entrevista à Xinhua, o coordenador do projeto, Rúben Fernandes, explicou que o agente imunizante é feito de plantas e probióticos saudáveis com microorganismos geneticamente modificados.

Os probióticos são promotores naturais de imunidade, mas no caso desta vacina, eles são "induzidos a produzirem uma nova substância que ajuda a imunizar contra o vírus SARS-CoV-2".

"O objetivo não é substituir as atuais vacinas por esta tecnologia. Ao contrário, nossa intenção é impulsionar a ação do sistema imunológico para que as vacinas atualmente utilizadas funcionem de forma mais eficiente", disse ele.

Fernandes destacou que a ideia de introduzir vacinas em alimentos já é utilizada, por exemplo, em batatas contra doenças infecciosas como tétano, difteria, norovírus e hepatite B.

"Além das batatas, as vacinas contra a hepatite B também foram produzidas no arroz e na banana. Vacinas comestíveis contra o primeiro vírus da família SARS (que provoca a síndrome respiratória aguda grave) já foram produzidas em tomates", indicou.

Atualmente, os pesquisadores testaram o conceito em certas plantas e probióticos contendo bactérias, chegando à conclusão de que esta tecnologia de modificação genética surte efeito positivo.

"O próximo passo é escolher as plantas frutíferas a serem modificadas, além de escolher os melhores probióticos (bactérias) in vitro, e depois os testar em animais", afirmou Fernandes.

Os pesquisadores esperam que a vacina comestível esteja disponível para o público geral nos próximos seis meses a um ano, dependendo do financiamento que eles possam obter da indústria alimentar.

A meta é produzir uma vacina que possa ser oferecida à população a um preço baixo e de forma sustentável.

De acordo com Fernandes, existem várias vantagens éticas, econômicas e terapêuticas na popularização de uma forma de imunização mais fácil de entender e aderir.

"Estas são vacinas com um custo de produção muito mais baixo", salientou Fernandes, observando que isso as tornará "muito mais acessíveis aos países pobres".

"Finalmente, muitas pessoas ainda têm medo das vacinas convencionais, mas gostam de beber iogurte com probióticos para estimular a imunidade", apontou.

(Web editor: Beatriz Zhang, 符园园)

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