As origens do coronavírus em um laboratório são improváveis, disse o biólogo e veterinário alemão Fabian Leendertz ao jornal alemão Welt em uma entrevista no domingo.
"Existem simplesmente muito mais ocasiões em que as pessoas entram em contato com animais do que no laboratório", disse Leendertz, citando "cavernas no Camboja de onde as pessoas recolhem excrementos de morcego para usar como fertilizante -- sem qualquer equipamento ou máscara de proteção".
Os laboratórios do Instituto de Virologia de Wuhan são caracterizados por "altos padrões de segurança para evitar infectar funcionários", disse Leendertz, especialista em patógenos que podem transmitir de animais para humanos e que fez parte de uma missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) em meados do março para examinar as origens da COVID-19.
Sobre a proximidade geográfica dos laboratórios e o surto de pandemia, ele disse que deve ser "muito cauteloso em tirar muitas conclusões da proximidade geográfica com os primeiros pacientes diagnosticados em Wuhan".
O coronavírus se espalharia "despercebida e rapidamente", explicou Leendertz, acrescentando que é "muito provável que Wuhan seja apenas o lugar onde foi detectado pela primeira vez -- já que existem bons hospitais e diagnósticos lá -- mas não o lugar onde o paciente zero vive ou já viveu."
Ele se referiu também aos vírus da imunodeficiência humana, ou HIV, que foi descrito pela primeira vez nos Estados Unidos, mas se originou na África.
"Até onde sabemos, os cientistas em Wuhan usaram métodos genéticos, ou seja, baseados em PCR, para pesquisar coronavírus relevantes para que possamos nos preparar melhor para possíveis epidemias ou pandemias futuras", enfatizou.