Vendas do comércio varejista brasileiro têm pior mês de agosto desde 2000

Fonte: Xinhua    08.10.2021 08h45

As vendas do comércio varejista no Brasil recuaram 3,1% em agosto comparado a julho, pior resultado para o mês desde o começo da série histórica iniciada em 2000, pondo um fim a três meses seguidos de crescimento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

A queda das vendas no varejo em agosto foi a maior desde dezembro do ano passado (-6,1%). Em comparação com agosto de 2020, as vendas caíram 4,1%, terminando com cinco aumentos seguidos nesse tipo de comparação.

Segundo o IBGE, com a queda em agosto, o patamar das vendas no varejo no país retrocedeu ao de julho de 2020 e está 2,3% abaixo do nível recorde alcançado em novembro de 2020.

No acumulado do ano, as vendas no varejo registram um aumento de 5,1% e no acumulado dos últimos 12 meses, de 5%.

"Vários elementos em conjunto contribuem para a taxa negativa. O primeiro é a trajetória anterior, que fez com que o patamar do comércio ficasse mais elevado e muito próximo do recorde. A inflação também continua sendo importante para o resultado, o que fica claro quando se compara com a renda. Também chama atenção o mercado de trabalho, com uma capacidade de consumo menor", ressaltou o IBGE.

Em agosto, seis das oito atividades analisadas registraram queda nas vendas, lideradas por outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16%). O setor de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que cresceu muito na pandemia, caiu 4,7%.

As duas atividades que tiveram um aumento no volume de vendas entre julho e agosto foram tecidos, vestuário e calçados (1,1%), e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).

A queda das vendas no varejo, um dos motores da economia brasileira, mostra as dificuldades que o país atravessa para se recuperar do impacto causado pela pandemia da COVID-19, que provocou uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,1% em 2020.

Nessa terça-feira, o IBGE divulgou que a produção industrial caiu 0,7% em agosto, no terceiro mês seguido no negativo. Isso tem levado o mercado financeiro a reduzir nas últimas semanas sua previsão do crescimento econômico do Brasil este ano, situada agora em 5,04%, enquanto que para 2022 está estimada em 1,57%.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos