Em um debate sobre o Afeganistão na quinta-feira, ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) discutiram como se envolver com o Talibã, em particular na ajuda humanitária e uma possível maré de refugiados afegãos.
"O objetivo da reunião é tentar chegar a um acordo sobre o envolvimento coordenado com o Talibã com base em certas condições e sobre as possibilidades de cooperação com atuantes regionais", disse o chefe de política externa do bloco, Josep Borrell, a jornalistas antes do início da reunião informal na Eslovênia.
Isso não significa reconhecimento, enfatizou Borrell. "Isso requer cooperação com o Talibã".
É importante que a Alemanha estabeleça certas condições, como a formação de um governo inclusivo, a proteção dos direitos humanos e dos direitos das mulheres, e que o Afeganistão não se torne novamente um refúgio para terroristas, disse durante a reunião o chanceler alemão, Heiko Maas.
O ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, enfatizou que o Talibã deve estar ciente de que, sem assistência internacional, o país entrará em colapso.
"A Europa não poderá ser uma Europa positiva se limitar o número de refugiados", disse ele. A necessidade de permitir que afegãos em risco cheguem à Europa foi destacada por vários outros ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.
No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, discordou, dizendo que os afegãos não deveriam ser encorajados a deixarem o país sem restrições. O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau, concordou com ele.
Na sexta-feira, os ministros discutirão as relações UE-China, a abordagem da UE para os países do Golfo e a cooperação da UE com a região do Indo-Pacífico. O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, apresentará seus pontos de vista na reunião.