O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou na terça-feira que o Canadá manterá seu pessoal militar no Afeganistão, apesar do compromisso do presidente dos EUA, Joe Biden, de 31 de agosto como prazo final das forças armadas americanas no país.
"Nosso compromisso com o Afeganistão não termina quando esta fase atual, este prazo chegar. Continuaremos pressionando o Talibã para permitir que as pessoas deixem o país", disse Trudeau.
"Vamos continuar trabalhando diariamente para colocar o maior número possível de pessoas ao lado de nossos aliados. O compromisso de nossos companheiros do G7 é claro: todos trabalharemos juntos para salvar o maior número possível de pessoas", adicionou Trudeau.
Os comentários de Trudeau vieram após a cúpula virtual de terça-feira dos líderes do G7 que se reuniram para discutir se uma extensão do compromisso militar americano com o Afeganistão é necessária para evacuar todos os cidadãos estrangeiros e afegãos vulneráveis que ajudaram os americanos e os aliados da OTAN antes da recente queda do país para o Talibã.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, convocou a cúpula urgente para discutir a crise de evacuação e planejar um compromisso de longo prazo com os líderes talibãs do Afeganistão, bem como lidar com a crise humanitária para os refugiados.
O Canadá é um dos países aliados que participam da evacuação de pessoas do caótico aeroporto de Cabul, por enquanto garantido por forças lideradas pelos americanos.
Um avião militar canadense partiu de Cabul com mais de 500 desabrigados a bordo na segunda-feira, disse o ministro da Defesa canadense, Harjit Sajjan, em um tweet. "Os voos de evacuação canadenses continuarão enquanto as condições permitirem".
Antes da cúpula, Trudeau disse que o retorno do Talibã teria que levar a um repensar mais amplo dos gastos do Canadá com ajuda ao Afeganistão.
"Certamente isso é algo que estamos pensando agora, obviamente, com o Talibã no controle do país. Nossa ajuda regular, investimentos e agências precisam ser examinados cuidadosamente para garantir que não estamos apoiando, indiretamente, o Talibã", disse Trudeau.