Chefe da ONU pede ao Talibã que pare ofensiva contra forças do governo

Fonte: Xinhua    16.08.2021 09h16

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, pediu na sexta-feira aos militantes do Talibã que parassem imediatamente sua ofensiva contra as forças do governo e retornassem à mesa de negociações com boas intenções, no interesse do Afeganistão e de seus cidadãos.

O alto funcionário da ONU disse a repórteres na sede da ONU em Nova York que as necessidades humanitárias "cresciam a cada momento" e que o país saía de controle.

"Mesmo para um país que tragicamente conheceu gerações de conflito, o Afeganistão está passando por mais um capítulo caótico e desesperado, uma tragédia incrível para seu povo sofredor", disse ele, citando que mais de 1.000 pessoas foram mortas ou feridos em ataques indiscriminados contra civis, especialmente nas províncias de Helmand, Kandahar e Herat, apenas no mês passado.

O chefe da ONU observou que a luta entre o Talibã e as forças de segurança afegãs pelo controle de cidades e vilas estava "causando um enorme dano".

"Pelo menos 241.000 pessoas foram forçadas a fugirem de suas casas... Os hospitais estão superlotados. Alimentos e suprimentos médicos estão diminuindo. Estradas, pontes, escolas, clínicas e outras infraestruturas críticas estão sendo destruídas", acrescentou ele.

"O conflito urbano contínuo significará carnificina contínua", disse ele, com os civis inevitavelmente pagando o maior preço.

"Peço a todas as partes que tomem cuidado com o pesado tributo do conflito e seu impacto devastador sobre os civis. Todos devem fazer mais para proteger os civis".

Guterres disse estar "profundamente perturbado" com os relatos do Talibã impondo severas restrições aos direitos humanos nas áreas sob seu controle, especialmente visando mulheres e jornalistas.

"É particularmente horrível e doloroso ver relatos sobre os direitos duramente conquistados de meninas e mulheres afegãs sendo arrancados delas", continuou ele.

O chefe da ONU pediu à comunidade internacional que deixasse claro ao Talibã que tomar o poder por meio da força militar era "uma proposta perdida. Isso só pode levar a uma guerra civil prolongada ou ao isolamento completo do Afeganistão".

O secretário-geral disse que ainda há potencial para negociações intra-afegãs paralisadas ocorrendo em Doha, no Catar, com o apoio da região e da comunidade internacional em geral, o que pode levar a um acordo negociado.

"Só um acordo político negociado liderado pelos afegãos pode garantir a paz", acrescentou ele, declarando que o órgão mundial está determinado a contribuir para um acordo de paz, para "promover os direitos de todos os afegãos e fornecer ajuda humanitária que salva vidas a um número cada vez maior de civis necessitados".

(Web editor: Milena Wang, Renato Lu)

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