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Brasil conquista no surfe a primeira medalha de ouro das Olimpíadas de Tóquio

Fonte: Diário do Povo Online    28.07.2021 10h50

O surfista brasileiro Ítalo Ferreira foi erguido por seus companheiros de equipe e seu técnico na tarde de terça-feira (27) no local de Surf da Costa Tsurisaki, após o esportista ter conquistado a medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio. A vitória de Ítalo marca a primeira medalha de ouro para a delegação brasileira nas Olimpíadas de Tóquio e na história do surfe olímpico.

A seleção brasileira, que originalmente tinha "seguro duplo" para a medalha de surfe, inesperadamente perdeu a batalha pela medalha de bronze, com Gabriel Medina ficando em 4º lugar. As esperanças de medalha do Brasil caíram todas sobre Ítalo, e ele finalmente venceu. Sob a pressão, ele derrotou o anfitrião do surfe da equipe japonesa Kanoa Igarashi.

Ítalo teve um contratempo na final, menos de 1 minuto após a largada, a primeira onda partiu sua prancha e ele teve que trocar o equipamento. No entanto, quando voltou pro mar, ele conseguiu executar lindas manobras continuamente, derrotando seu oponente. Afinal, ele pode se adaptar a qualquer prancha de surfe, uma vez que iniciou no surfe com uma tampa de isopor dos frutos do mar de seu pai pescador.

Ítalo nasceu em uma pequena cidade com menos de 10.000 habitantes à beira-mar no Rio Grande do Norte, no Brasil. Seu pai é pescador e sua mãe é professora do ensino fundamental. Sua família não é rica, e ele nunca imaginou um dia viajaria pelo mundo.

Como outras crianças brasileiras, Ítalo gostava de jogar futebol e pegar ondas no mar quando era pequeno. O surfe é uma paixão de infância, porque sempre ocorriam eventos patrocinados na praia perto de sua casa, e ele pode conhecer surfistas profissionais. Quando tinha 8 anos, Ítalo usou a capa de isopor do pai para frutos do mar como prancha de surfe.

Em 2007, com apenas 12 anos, Ítalo participou de uma competição local de surfe amador e teve um desempenho muito bom. Naquela época, um representante de uma marca esportiva patrocinadora percebeu que ele era muito talentoso, então, após a competição, ele o convidou para entrar no time patrocinado por eles e participar da competição com a equipe.

Aos 12 anos, Ítalo iniciou as suas viagens e disse: "Na época não sabia o quão famosa era esta equipe. Ainda hoje estamos juntos".

O surfista conquistou diversos prêmios em competições, tornando-se campeão mundial juvenil e campeão nacional do Brasil. Em 2014, ele "inadvertidamente" conquistou pontos suficientes para participar do circuito mundial que apenas os 32 melhores surfistas do mundo podem participar.

"O meu objetivo em 2014 era chegar aos pontos para as eliminatórias de entrada, mas meu desempenho foi melhor do que o esperado e entrei no top 20. Então pensei, porque não experimentar? Turnê Mundial? Em novembro, eu realmente me qualifiquei para a turnê mundial! ", disse Ítalo.

No primeiro ano de participação no Circuito Mundial, eliminou o então campeão do mundo, o seu compatriota Gabriel Medina, e chegou à final em Portugal. Ele também alcançou três quartas-de-final, uma semifinal e uma final, tornando-se o "Rookie of the Year" (Novato do ano) e ocupando o sétimo lugar no mundo no final do ano.

O desempenho estável de Ferreira permitiu que ele fosse convocado para a seleção olímpica com seu antecessor Gabriel Medina. Antes da viagem, a mídia nacional acreditava que a probabilidade de ele ganhar a medalha era de 95%, enquanto de Gabriel Medina era de 96%.

Na cidade natal de Ítalo, embora a competição fosse nas primeiras horas do dia, muitos vizinhos se reuniram na casa de seus pais para assistir à TV ao vivo. Após a vitória, muitos cidadãos correram para as ruas para torcer e comemorar. A mãe de Ferreira, Catiana Ferreira, disse: “Estou muito animada, não sei que palavras usar para expressar meus sentimentos. Estou apenas muito orgulhosa!”

Depois de vencer o campeonato, Ítalo dedicou a vitória para a avó, que morreu quando ele ganhou o campeonato mundial pela primeira vez em 2019. Ele disse: “A vovó sempre me incentiva e me manteve na fé…qualquer coisa que eu fazia, vovó diria que fiz um bom trabalho! Desta vez, quando eu chegar em casa, vou gritar: vovó, ganhei as Olimpíadas. Acho que ela vai ouvir isso no céu”.

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