O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, que lidera o país desde o assassinato do presidente Jovenel Moise no dia 7 de julho, deixará o cargo e entregará o poder ao neurocirurgião Ariel Henry, responsável pelos Assuntos Eleitorais do país confirmado na segunda-feira.

Henry e Joseph discutiram a formação de um novo governo por vários dias, o que levou à tomada de posse de novas autoridades na segunda-feira, com o primeiro-ministro em exercício tornando-se ministro das Relações Exteriores, informou o jornal haitiano Le Nouvelliste.

Henry foi nomeado primeiro-ministro em um decreto assinado por Moise dois dias antes de sua morte, mas não prestou juramento.

Segundo reportagens da imprensa, não haverá presidente do Haiti, pois o novo governo organizará eleições gerais o mais rápido possível.

O acordo chega 48 horas depois que representantes da Organização das Nações Unidas e dos Estados Unidos no Haiti, bem como um grupo de embaixadores estrangeiros que compõem o chamado Grupo Central, convidaram Henry no sábado a formar um governo consensual e inclusivo.

Henry, um neurocirurgião de prestígio considerado de postura moderada e conciliadora, vai liderar o governo a partir de terça-feira, em meio à agitação desencadeada pelo assassinato de Moise.

O cirurgião, de 71 anos, tem experiência anterior no governo, tendo atuado no gabinete de 2015 a 2016 durante a gestão de Michel Martelly como presidente e, anteriormente, como membro do Conselho de Reis Magos.