A China rejeitou na segunda-feira (12) uma declaração dos Estados Unidos sobre o Mar da China Meridional e disse que Washington está agindo de forma extremamente irresponsável ao quebrar seu antigo compromisso de não tomar posição sobre a questão da soberania do mar e semear a discórdia entre os países da região.

"A China está extremamente insatisfeita e se opõe firmemente aos erros do lado dos EUA", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.

Em uma declaração na segunda-feira que marca o quinto aniversário de uma chamada decisão de arbitragem relacionada às disputas do Mar da China Meridional que a China rejeitou, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu ao governo chinês que "cumpra suas obrigações sob o direito internacional (e) cesse seu comportamento provocativo" na região.

Falando em uma entrevista coletiva regular em Beijing, Zhao disse que as pessoas com perspicácia podem ver claramente que o tribunal no Mar do Sul da China foi uma farsa política, com os EUA sendo o culpado e manipulador na tentativa de difamar e suprimir a China.

A declaração dos EUA desconsidera fatos objetivos sobre a questão do Mar da China Meridional, viola e distorce o direito internacional, alimenta deliberadamente disputas sobre soberania territorial e direitos e interesses marítimos e mina a paz e a estabilidade regional, disse ele.

O porta-voz disse que enquanto a China exerce a máxima contenção na salvaguarda de sua soberania, direitos e interesses no Mar da China Meridional por meio de negociações amistosas, os EUA enviam navios avançados de grande escala e voos para lá para reconhecimento militar e exercícios, e entram ilegalmente no território aéreo e marítimo da China.

Desde o início deste ano, os EUA realizaram quase 2.000 missões de reconhecimento sobre o espaço aéreo e marítimo da China, bem como mais de 20 exercícios marítimos de grande escala visando a China.

No incidente mais recente, um destruidor de mísseis teleguiados dos EUA, o USS Benfold, invadiu as águas territoriais das ilhas Xisha da China no Mar do Sul da China na segunda-feira e recebeu aviso pelos militares chineses.

"O Mar da China Meridional é o lar comum dos países regionais e não deve se tornar o terreno de caça para os EUA buscarem interesses geopolíticos privados", disse Zhao, instando os países fora da região, incluindo os EUA, a respeitarem os esforços feitos pelos países regionais na salvaguarda da paz e estabilidade no Mar da China Meridional.

A China e os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático fizeram progressos importantes nas consultas sobre o Código de Conduta para o Mar do Sul da China, disse ele.

O Mar da China Meridional é uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo e cerca de 30% do comércio global de mercadorias passa por ele.

Por meio dos esforços conjuntos da China e de outros países da região, o Mar do Sul da China permaneceu aberto e seguro, e a navegação de nenhum navio é obstruída, disse Zhao.

"A acusação dos EUA de que a navegação no Mar do Sul da China está ameaçada não tem fundamento", disse ele.