Cooperação deverá ditar reforço dos laços China-UE

Fonte: Diário do Povo Online    18.06.2021 11h06

Nos próximos anos, as novas políticas internacionais e de desenvolvimento da China, dos Estados Unidos e da União Europeia irão se sobrepor significativamente, dado que o período do 14º Plano Quinquenal da China (2021-25) coincide com o mandato do governo de Joe Biden e da Comissão Europeia (2019-24).

O ano de 2021 é especial para a China, pois assinala o 100º aniversário da fundação do Partido Comunista da China e sinaliza um novo começo, após a eliminação da pobreza absoluta e da construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspetos no final do ano passado.

Como a transição de um período para outro é marcada pela pandemia de Covid-19, a cooperação global da China se baseará nas perspectivas de revitalização econômica, principalmente em função da robusta retomada da economia chinesa.

A China conseguiu conter amplamente a pandemia em um período relativamente curto e retomar a normalidade das atividades econômicas no ano passado, graças às suas medidas rígidas de prevenção e controle.

Ajudando outros países a conter a pandemia, fornecendo suprimentos médicos, incluindo vacinas, a China adotou uma abordagem inclusiva nas relações internacionais.

Os 10 membros da ASEAN e a China, Japão, República da Coreia, Austrália e Nova Zelândia assinaram uma Parceria Econômica Global Regional (RCEP, na sigla em inglês) no ano passado, apesar das pressões dos EUA. A RCEP criou a maior zona de comércio livre do mundo, compreendendo cerca de um terço do PIB global e quase um terço da população mundial. Os signatários do RCEP concordaram em reduzir tarifas e estabelecer novas regras de comércio, comércio eletrônico e outras áreas de cooperação, o que consiste em um bom presságio para a economia da região.

A conclusão das negociações sobre o Acordo Global de Investimento deveria ter sido um marco na cooperação China-UE, refletindo a abordagem autônoma da UE e da China no sentido de expandir a sua cooperação e manter os EUA à distância em questões de interesse mútuo. a UE deverá reconsiderar a sua decisão de suspender o processo de ratificação do IAC, uma vez que o acordo de investimento poderá ser benéfico para ambas as partes.

Após a posse da nova administração dos EUA, a UE manifestou sua disponibilidade para promover o multilateralismo e emitiu o plano "Cooperação multilateral para a recuperação global" em fevereiro. Aproveitando a mudança na administração dos EUA, os líderes da UE lançaram uma iniciativa global para revigorar a cooperação multilateral, na medida em que apoiam uma ordem mundial que promova essa cooperação, que é basicamente o que a China pediu no ano passado.

Devido à pandemia, todas as economias têm novas prioridades, com as necessidades sociais e de saúde no topo da agenda da UE. Em fevereiro, líderes mundiais incluindo o secretário-geral da ONU, António Guterres, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron, em um artigo assinado, referiram: "A saúde é a primeira emergência. A crise de Covid-19 é o maior teste de solidariedade global em gerações. Ela nos relembra de um fato óbvio: em face de uma pandemia, nossa cadeia de segurança da saúde é tão forte quanto o sistema de saúde mais fraco”.

Se as vidas humanas e a saúde vêm em primeiro lugar, será fácil para a UE e outras economias chegarem a consensos sobre questões de saúde. O artigo referia também que: "Em vez de colocar civilizações e valores uns contra os outros, devemos construir um multilateralismo mais inclusivo ”, algo que a China vem defendendo há anos.

A China e os Estados da UE, bem como outros países, aprenderam gradualmente como tirar proveito de sua soberania estratégica nas esferas política e de segurança e como expandir a cooperação em outras áreas da era digital. O mecanismo de cooperação entre países da Europa central com a China, por exemplo, desempenha um papel importante na promoção da cooperação multilateral.

Embora os atores globais tenham de superar novos desafios no período pós-pandemia, as chances da China e dos Estados europeus aprofundarem a cooperação são altas. Os países europeus podem buscar uma cooperação econômica, política, tecnológica e ambiental onde todos beneficiem, tanto a nível bilateral como a nível multilateral, no âmbito da iniciativa do Cinturão e Rota e do mecanismo de cooperação China-PECO. 

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos