China pede cooperação do Japão sobre águas residuais nucleares

Fonte: Xinhua    16.04.2021 11h17

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, pediu nesta quinta-feira que o Japão coopere com os países relevantes, incluindo a China e a República da Coreia (ROK), para realizar avaliações sobre as águas residuais radioativas de Fukushima.

Observando em uma coletiva de imprensa diária que a primeira reunião do mecanismo de cooperação e diálogo sobre assuntos marítimos China-ROK foi convocada nesta quarta-feira, Zhao disse que a China e a ROK pediram que o Japão lide com prudência sobre a questão das águas residuais radioativas de Fukushima com base em consultas abrangentes com instituições internacionais e seus vizinhos e com a participação substantiva de países relevantes e organizações internacionais.

"Trata-se da posição da China e da ROK", ressaltou Zhao.

Ele salientou ser extremamente egoísta que o Japão deliberadamente e unilateralmente decida descartar as águas residuais nucleares no mar e transferir a carga e os riscos para outros, desconsiderando a segurança e os interesses da comunidade internacional e de seus vizinhos asiáticos em particular.

"Para proteger a saúde de seu próprio povo e do meio ambiente marinho internacional, a China e a ROK, como vizinhos próximos do Japão e partes interessadas, expressaram sérias preocupações e forte insatisfação. Isso é perfeitamente natural e justificado", afirmou Zhao.

Citando dados unilaterais do Japão, o país afirmou que as águas residuais nucleares são seguras. "Não é nada convincente", disse Zhao, acrescentando que há muitos relatórios e testemunhos que indicam que a Tokyo Electric Power Company, que administra a usina nuclear de Fukushima Daiichi, manipulou dados e encobriu a verdade.

"Com um histórico ruim, os dados do Japão que carecem da participação substancial de terceiros, avaliação e supervisão por agências internacionais e outros órgãos são realmente confiáveis?" questionou Zhao. Ele disse que, de acordo com um instituto alemão de pesquisa científica marinha, com as correntes mais fortes do mundo ao longo da costa de Fukushima, os materiais radioativos poderiam se espalhar para a maior parte do Oceano Pacífico em 57 dias a partir da data de descarga e atingir todos os oceanos globais em uma década.

"Alguns políticos japoneses não mediram esforços para provar que as águas residuais nucleares são inofensivas, então deveriam usar a água para beber, cozinhar, lavar e irrigar; garantir que os frutos do mar não serão contaminados; e aceitar o conselho da Agência Internacional de Energia Atômica e estabelecer um grupo de trabalho técnico com os países relevantes, incluindo a China e a ROK, para fazer tal avaliação", disse.

Enquanto por um lado os Estados Unidos aprovam o Japão, por outro lado proíbem a importação de arroz e peixe japoneses, observou Zhao, acrescentando que devido às preocupações de saúde pública associadas com a radiação e a contaminação nuclear, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos tem aumentado a vigilância sobre os produtos regulamentados do Japão.

"Como o Japão explica essa política dos Estados Unidos?" indagou. Fim

(Web editor: Zhang Rong, 符园园)

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos