Estudo brasileiro constata que reinfecção por COVID-19 pode ser mais severa

Fonte: Xinhua    09.04.2021 13h18

Um estudo realizado no Brasil constatou que a reinfecção pelo novo coronavírus (COVID-19) pode provocar sintomas mais fortes da doença nos pacientes infectados, segundo divulgou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira.

O estudo será publicado na forma de artigo científico em maio na revista Emerging Infectious Disease (EID), dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, e serviu para demonstrar que uma parte da população infectada levemente pelo vírus não desenvolve memória imunológica.

"Mostramos que um grupo de pessoas com sintomas leves de COVID-19 teve um segundo episódio da doença um pouco mais forte, porque não foi capaz de gerar uma memoria de imunidade depois do primeiro episódio", explicou o coordenador do estudo, Thiago Moreno, pesquisador da Fiocruz.

"Assim como vários casos brandos de COVID-19, essas pessoas tiveram o controle dessa primeira infecção pela resposta imune inata, aquela que não forma uma memória consistente e de longo prazo", acrescentou Moreno.

Os estudos mostraram que a defesa do organismo com base nos anticorpos só se formou nesses pacientes após a segunda infecção. "Isso nos mostra também que uma parcela da população que teve a doença branda no primeiro episódio pode voltar a ter COVID-19 depois de algum tempo e não necessariamente ser branda de novo", disse o pesquisador.

Outra constatação é que a possibilidade de reinfecção com sintomas mais severos do vírus ocorre independentemente de se contrair a mesma variante da COVID-19 ou uma nova.

O estudo acompanhou 30 pessoas, entre março e dezembro, com testes semanais.

Inicialmente, o objetivo não era investigar a reincidência do vírus e, sim, controlar a segurança do grupo em seu local de trabalho, mas, após as reinfecções constatadas, os investigadores passaram a se concentrar nesses casos.

Moreno acrescentou que quanto mais brando for o quadro de COVID-19 em uma pessoa, maiores serão as possibilidades de que a memória imunológica não seja capaz de neutralizar o vírus em um segundo contato.

Além da Fiocruz, participaram também do estudo pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D'Or de Ensino e Pesquisa (Idor) e da empresa chinesa MGI Tech Co.

(Web editor: Fátima Fu, Renato Lu)

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