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Um público de mais de 200 pessoas assistiu a um show no VOX, o mais antigo e um dos mais conhecidos locais de música ao vivo em Wuhan, capital da província de Hubei, na China, no dia 16 de janeiro de 2020.
Três dias depois, Zhu Ning, o fundador e proprietário da VOX, voltou para sua cidade natal, Panzhihua, na província de Sichuan, para celebrar o Festival da Primavera com sua família.
Ele planejava retornar a Wuhan após o feriado de uma semana para um show que havia sido agendado na VOX em 9 de fevereiro do ano passado.
No entanto, devido ao surgimento da pandemia, um bloqueio foi imposto na cidade em 23 de janeiro de 2020. Os planos de Zhu tiveram de ser cancelados e o local foi fechado.
"Tudo aconteceu muito rápido. Pela primeira vez em 15 anos, a VOX fechou por vários meses e não tínhamos ideia se abriria novamente", disse Zhu.
Um ano depois, a vida em Wuhan, a cidade chinesa mais atingida pela Covid-19, voltou ao normal e a VOX foi reaberta.
"Embora ainda seja difícil cobrir os custos e tenhamos que cortar o número de shows, as bandas estão ansiosas para se apresentar e se reconectar com o público, que também vislumbra a chance de assistir aos shows ao vivo depois de tanto tempo", disse Zhu.
Os membros do público recebem máscaras antes de entrar no local, todos os ingressos são vendidos online e a capacidade é limitada a cerca de 80 pessoas por espetáculo, a fim de manter o distanciamento social de pelo menos 1 metro.
Zhu afirmou que de setembro a dezembro de 2020, foram realizados 85 shows no local por bandas de Wuhan e de outras partes da China.
De fevereiro a maio do ano passado, os shows no local foram totalmente cancelados, incluindo apresentações de Cheers Elephant, uma banda de pop rock independente da Filadélfia, nos Estados Unidos, e Long Shen Dao, um grupo de reggae de Beijing.
"Tivemos que descobrir maneiras alternativas de manter o local funcionando e reconectar com os fãs por meio de plataformas de mídia social", disse Zhu.
Ele acrescentou que um show transmitido ao vivo pela banda de rock chinesa Miserable Faith realizada ao lado do rio Yangtze em Wuhan em 15 de maio do ano passado "realmente nos animou, especialmente devido ao estresse causado pela pandemia".
Em 8 de abril, as restrições para viagens de ida foram suspensas em Wuhan após 76 dias de bloqueio.
As pessoas em Wuhan saudaram o retorno à normalidade, com restaurantes, shoppings, fábricas e serviços de transporte e entrega se recuperando gradativamente.
O VOX, embora incapaz de realizar apresentações ao vivo, reabriu em maio para os clientes que desejam tomar uma bebida ou permanecer no local para relaxar.
"Recebi muitas mensagens comoventes de apoio de pessoas que disseram que estavam ansiosas para assistir a um show no VOX novamente", disse Zhu.
Além do renascimento da cena musical indie, os fãs de música clássica em Wuhan estão voltando às salas de concerto, tendo os principais locais de artes cênicas da cidade, Wuhan Qintai Concert Hall e Wuhan Qintai Grand Theatre, reaberto em julho do ano passado.
Em 15 de janeiro de 2021, a Orquestra Filarmônica de Wuhan abriu sua nova temporada com um concerto sob a condução do maestro cingapurense James P. Liu, apresentando o pianista Zhang Haochen. Com obras de compositores russos como Sergey Rachmaninoff e Dmitri Shostakovich, os ingressos para a apresentação se esgotaram com antecedência.
"Muitos dos meus amigos, que são músicos e vivem nos Estados Unidos e na Europa, dizem ser difícil de acreditar que agora podemos ter concertos ao vivo novamente em Wuhan”, disse o maestro.
Como primeiro diretor musical formal e maestro chefe, ele profissionalizou a Orquestra Filarmônica de Wuhan, programando 80 concertos em todo o mundo todos os anos. Por causa da pandemia, o Festival Internacional de Piano de Wuhan, que Liu fundou em junho de 2011, foi adiado para setembro do ano passado.
No evento, Liu conduziu a orquestra em uma apresentação de Rebirth, uma nova obra composta por Guan Xia. A apresentação foi encenada perto da Torre da Garça Amarela de Wuhan, que foi construída durante o período dos Três Reinos (220-280 DC).
O trabalho, uma homenagem àqueles que deram contribuições significativas para a batalha contra a pandemia, também foi realizado em universidades em novembro e dezembro.
Li disse: "Isso se tornará uma memória coletiva para todos nós que vivemos o ano de 2020. A música é importante para as pessoas. Reunir-se em um lugar e compartilhar a energia da música é uma experiência fantástica."
De outubro a dezembro, Liu deu cerca de 15 shows por mês, a maioria dos quais esgotados rapidamente, o que ele disse ser uma prova sólida da demanda por concertos de música clássica ao vivo.
No entanto, com novos casos da Covid-19 relatados recentemente em áreas do país como Hebei, os planos de encenar shows podem ter que ser alterados para reduzir o risco de transmissão.
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