Senado dos EUA vota para prosseguir com julgamento de impeachment do ex-presidente Trump

Fonte: Xinhua    12.02.2021 09h45

O Senado dos EUA votou na terça-feira para prosseguir com o segundo julgamento de impeachment do ex-presidente, Donald Trump.

O Senado votou por 56 a 44 que o julgamento de impeachment de Trump é constitucional, apesar dos apelos de alguns republicanos para encerrar os procedimentos. Seis senadores republicanos votaram com todos os 50 democratas.

"O Senado deve prosseguir com o julgamento", disse o senador democrata Patrick Leahy, de Vermont, que está presidindo o julgamento, após a contagem da votação.

A votação veio depois que os gerentes de impeachment da Câmara e a equipe de defesa de Trump passaram quatro horas debatendo se um presidente que está fora do cargo pode ser submetido a um julgamento no Senado.

O congressista Jamie Raskin de Maryland, o principal responsável do impeachment, abriu sua apresentação com um vídeo mostrando imagens perturbadoras de como os manifestantes foram para cima da polícia e depredaram o Capitólio.

O vídeo de 13 minutos foi concluído com o tweet excluído de Trump no dia 6 de janeiro, que dizia "essas são as coisas e eventos que acontecem quando uma vitória eleitoral sagrada e esmagadora é eliminada de forma tão sem cerimônia e cruel".

"Se isso não é uma ofensa passível de impeachment, então não existe tal coisa", disse Raskin.

A equipe jurídica de Trump argumentou que Trump não incitou os desordeiros e que seu discurso sobre a eleição foi protegido pela Primeira Emenda.

O advogado de Trump, David Schoen, acusou os democratas de estarem usando o impeachment como um "esporte sangrento" político para tentar impedir Trump de concorrer ao cargo novamente.

A argumentação de abertura do julgamento está marcada para começar na quarta-feira. Continuará pelo menos até sexta-feira, mas pode se estender até a próxima semana.

Os responsáveis pelo impeachment da Câmara e a equipe de Trump terão 16 horas durante dois dias cada para apresentar seu caso ao Senado, segundo o acordo firmado entre democratas e republicanos, bem como os gerentes da Câmara e a equipe jurídica de Trump.

A Câmara, onde os democratas têm maioria, votou pelo impeachment de Trump por "incitamento à insurreição" no dia 13 de janeiro, uma semana depois que seus apoiadores invadiram o prédio do Capitólio.

Trump rejeitou um pedido para testemunhar durante o julgamento, e a equipe jurídica do ex-presidente argumenta que qualquer condenação seria inconstitucional.

A condenação no Senado exige maioria de dois terços. Os democratas, que detêm apenas metade das 100 cadeiras do Senado, precisariam de pelo menos 17 republicanos votando para condenar o ex-presidente.

Trump é o primeiro presidente na história dos EUA acusado duas vezes. Em dezembro de 2019, os democratas da Câmara acusaram Trump de dois artigos, abuso de poder e obstrução do Congresso, sobre seus esforços para pressionar a Ucrânia a investigar Joe Biden e sua família. Ele foi absolvido pelo Senado liderado pelos republicanos em fevereiro de 2020.

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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