O Brasil lançou uma campanha de imunização em massa contra a Covid-19 em todos os estados com início às 17h00 de segunda-feira, hora local.

O plano inicial visava começar a vacinação nacional na quarta-feira, mas a data foi antecipada a pedido dos governadores dos estados, segundo o ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

“Os governadores pediram que assim que (as vacinas) cheguem aos estados, haja liberdade para começar a vacinação”, disse Pazuello.

A partir da tarde de segunda-feira, todos os estados deveriam receber suas doses da vacina CoronaVac desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em colaboração com o Instituto Butantan de São Paulo, um dos principais centros de pesquisa científica do mundo.

A agência reguladora de saúde do Brasil, Anvisa, autorizou na tarde de domingo o uso emergencial da CoronaVac e de uma vacina desenvolvida pela farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford.

Atualmente, apenas a vacina CoronaVac está disponível no país sul-americano, e cerca de 6 milhões de doses estão sendo distribuídas.

A distribuição nacional da vacina chinesa começou na madrugada desta segunda-feira, sob supervisão do Ministério da Saúde e com apoio logístico da Força Aérea Brasileira.

Goiás se tornou o primeiro estado do Brasil a lançar na segunda-feira sua campanha de vacinação em massa contra a Covid-19, imediatamente após receber doses da vacina chinesa CoronaVac.

Ronaldo Caiado, governador de Goiás e médico de profissão, vacinou Maria Conceição da Silva, 73 anos, que sofre de hipertensão, pouco antes das 17 horas, na cidade de Anápolis.

Por volta das 17h00 horário local, os estados de Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio de Janeiro e Santa Catarina, além de Goiás, receberam as doses de CoronaVac enviadas pelo ministério.

Teresinha da Conceição, de 80 anos, e Dulcineia da Silva, 59, foram as duas primeiras cariocas a receber a vacina.

“É o dia mais feliz da minha vida porque agora posso sair. Posso fazer o que quero”, disse Conceição à mídia.

A paciente, que deve receber a segunda dose do CoronaVac em três semanas, foi vacinada por Adélia Maria dos Santos, enfermeira de 71 anos e fundadora do Programa de Imunização do Rio, que trabalhou nas primeiras campanhas de vacinação contra o sarampo e a poliomielite.

“Hoje é um dia histórico, em que iniciamos a vacinação contra a Covid-19 no Rio de Janeiro. Com isso, esperamos reduzir os casos graves e óbitos de Covid-19”, disse Márcio Garcia, epidemiologista da secretaria de saúde do Rio de Janeiro.

“Todas as vacinas aprovadas no Brasil são vacinas eficazes, com qualidade. Não ligamos para a marca da vacina. O importante é vacinar. Hoje começamos com a CoronaVac, e vamos expandir a outras vacinas para o Brasil e para o Rio de Janeiro ", acrescentou Garcia.

O Instituto Butantan anunciou na segunda-feira ter solicitado à Anvisa a autorização para o uso emergencial de todas as vacinas CoronaVac produzidas pelo instituto paulista.

Na manhã de domingo, a Anvisa autorizou a aplicação de 6 milhões de doses do CoronaVac que chegaram prontas para uso da China e foram distribuídas aos estados de todo o país na madrugada desta segunda-feira para o início da vacinação.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 8.511.770 pessoas no Brasil testaram positivo para a Covid-19 e 210.299 pessoas morreram em decorrência da doença.