Brasil: resultados dos ensaios da fase III atestam eficácia da vacina chinesa

Fonte: Diário do Povo Online    13.01.2021 14h54

No dia 12 de janeiro, o Instituto Butantan anunciou os dados sobre a eficácia dos testes da terceira fase da vacina desenvolvida pela China, em uma coletiva de imprensa realizada em São Paulo. Os resultados não dão conta de quaisquer incidentes graves. O Estado de São Paulo e o Instituto Butantan solicitaram formalmente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANS) o uso emergencial da vacina no dia 8.

O Instituto Butantan afirmou que, entre os voluntários que receberam a vacina no ensaio, não foram detetadas quaisquer infeções graves ou hospitalizações, o que atesta que a vacina tem não somente a capacidade de reduzir a probabilidade de infeção, como também de reduzir os sintomas nos casos mais graves da doença.

A Organização Mundial de Saúde declarou que as vacinas com mais de 50% de eficácia podem ser aprovadas para uso no mercado, atestando sua capacidade de criar uma barreira imunológica eficaz na população e de bloquear a propagação de doenças infecciosas.

A terceira fase dos ensaios da vacina no Brasil foi realizada pelo Instituto Butantan, em cooperação com 16 centros de pesquisa de saúde do País. Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, destacou que os ensaios são diferentes de outras vacinas congêneres.

O objetivo dos testes foi que os 12.508 voluntários que participaram nos ensaios pertencessem todos à equipe médica com alto risco de contrair a doença devido ao contato direto com pacientes infetados.

Durante o experimento, foram administradas mais de 20.000 doses da vacina, sendo que a proporção das vacinas para o placebo foi de 1: 1 e o intervalo entre as duas doses foi de 14 dias.

Covas disse que o intervalo de 28 dias é mais útil para aumentar a taxa de proteção, mas que, dado que os voluntários são a equipe médica de primeira linha, para poder gerar rapidamente uma resposta imunológica para proteger os participantes da infeção, um intervalo foi usado no ensaio. Duas doses da vacina foram injetadas em 14 dias. Os pesquisadores disseram que a nova vacina, desenvolvida na China, demonstrou uma eficácia elevada em pessoas com risco extremamente alto de exposição ao vírus. Se a vacina for administrada ao público em grande escala, a eficácia real da proteção deverá ser maior.

De acordo com o Instituto Butantan, os testes provaram que a vacina chinesa é segura. Dos voluntários que receberam a vacina, apenas 0,3% tiveram reações alérgicas leves. Esta proporção não foi muito distinta da proporção de reações alérgicas no grupo do placebo. 

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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