Como o Planalto Qinghai-Tibete atingiu o topo do mundo? Um novo estudo liderado por pesquisadores chineses encontrou evidências de que o planalto atingiu sua altura atual mais recentemente do que se pensava.
De acordo com o estudo publicado online no início desta semana na revista Science Advances, o centro e o sul do Planalto Qinghai-Tibete chegaram à 3.500 metros e 4.500 metros, respectivamente, a cerca de 26 milhões a 21 milhões de anos atrás.
As descobertas desafiam a crença amplamente difundida de que o planalto atingiu uma altura de 4.600 metros há 40 milhões de anos.
O pesquisador-chefe Fang Xiaomin, do Instituto de Pesquisa do Planalto Tibetano da Academia Chinesa de Ciências, afirmou que os resultados vieram de uma análise de solos fósseis na Bacia de Lunpola, "um local privilegiado para determinar a história de elevação do planalto".
Localizada na parte central do Planalto Qinghai-Tibete, a bacia é o lar de solos fósseis ricos e bem preservados, plantas tropicais e animais que podem ser usados para analisar a elevação do planalto central e sul, bem como a história da mudanças climáticas e ambientais, explica Fang.
A análise mostrou que o planalto central e sul primeiro se deformou lentamente e diminuiu entre 42 milhões e 25 milhões de anos atrás, e elevou-se 25 a 20 milhões de anos atrás.
"Isso indica que o planalto era inferior a 2.300 metros há cerca de 40 milhões de anos e cresceu acima de 3.500 metros por volta de 26 milhões a 21 milhões de anos atrás", disse Fang.
Fang acredita que calibrar a história da elevação do Planalto Qinghai-Tibet é "uma pesquisa de enorme significado", segundo noticiou a Xinhua.
Ele afirmou que o planalto é a área intracontinental deformada e elevada mais típica da Terra, e também é uma área onde vulcões e terremotos são muito ativos. Compreender a evolução da elevação do planalto é, portanto, crucial para compreender seus mecanismos de crescimento e construção, como desastres geológicos e formas de relevo relevantes.
Além disso, os resultados do estudo podem nos auxiliar a compreender a influência da elevação do planalto nos climas, ambientes e biodiversidade regionais e globais, disse o pesquisador, cuja equipe está encarregada de estudar a ligação entre a elevação do planalto e a evolução das monções asiáticas.
O estudo foi elaborado coletivamente por pesquisadores da Universidade de Geociências da China, da Universidade de Lanzhou, da Universidade de Potsdam na Alemanha e da Universidade de Rennes na França.