Os Estados Unidos informaram no domingo (22) que se retiraram oficialmente do Tratado de Céus Abertos, em mais um movimento para abandonar um importante acordo internacional de controle de armas.

"Hoje marca seis meses que os Estados Unidos enviaram nossa notificação de retirada do Tratado de Céus Abertos", disse o conselheiro de Segurança Nacional Robert O'Brien em um tweet.

A administração Trump enviou o aviso de sua decisão de retirada do tratado em maio, e o anúncio de domingo marcou o fim de um processo de notificação de seis meses.

O tratado, que entrou em vigor em 2002, permite que seus 34 Estados Partes conduzam voos de reconhecimento desarmados e de curto prazo sobre todos os territórios dos outros para coletar dados sobre forças e atividades militares.

Os Estados Unidos e a Rússia culparam-se mutuamente pelo não cumprimento do tratado. Washington e Moscou colocaram, cada um, alguns limites nos voos sobre seus territórios - o Havaí e algumas outras bases dos EUA ficaram fora dos limites, assim como Kaliningrado, entre outros, de acordo com relatos da mídia.

O tratado visa construir confiança e familiaridade entre os Estados Partes por meio de sua participação nos sobrevôos. Em 2019, mais de 1.500 voos do Tratado de Céus Abertos foram realizados desde que o acordo entrou em vigor, de acordo com relatos da mídia.

Alguns especialistas observaram que uma saída unilateral dos EUA do tratado minaria o compromisso dos EUA com seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Moscou irá buscar garantias firmes de que os estados que permaneceram no Tratado de Céus Abertos cumpram suas obrigações, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia no domingo em conexão com a retirada dos EUA do tratado.

"Depois de se retirar do Tratado de Céus Abertos, o lado dos EUA espera que seus aliados, por um lado, atrapalhem os voos de observação russos sobre instalações militares dos EUA na Europa e, por outro lado, compartilhem com Washington seus materiais fotográficos do território russo", disse o comunicado.

"Evidentemente, isso é inaceitável para a Rússia", acrescentou.

“Buscaremos garantias firmes de que os Estados que permanecerem no Tratado de Céus Abertos irão cumprir suas obrigações, em primeiro lugar, em garantir a possibilidade de observação de todo o seu território e, em segundo lugar, em garantir que o material dos voos de observação não seja transferido para terceiros países não participantes do tratado", disse.