Sondagem apura implicações éticas das tecnologias de reconhecimento facial

Fonte: Diário do Povo Online    19.10.2020 15h15

A implementação da tecnologia de reconhecimento facial tem vindo a acelerar na China nos últimos anos, mas uma pesquisa recente mostrou que mais de 60 por cento dos entrevistados acham que o seu uso é por vezes abusivo.

Cerca de 30 por cento dos entrevistados relataram problemas de privacidade devido ao vazamento e abuso de informações faciais, de acordo com a publicação Science and Technology Daily, na segunda-feira.

A pesquisa, lançada em conjunto pelo Nanfang Metropolis Daily de Guangzhou e a Força-Tarefa de Proteção de Informações Pessoais de Aplicativos, é baseada em uma sondagem a mais de 20.000 pessoas em todo o país, em uma tentativa de entender o uso da tecnologia e suas implicações de segurança.

De acordo com a pesquisa, os entrevistados reconhecem a conveniência de usar a tecnologia de reconhecimento facial, especialmente para pagamentos móveis. No entanto, expressaram também preocupações sobre os riscos de segurança.

Quase 65% dos entrevistados acha que o uso desta tecnologia é abusivo, segundo o relatório, observando que a taxa é mais alta nas cidades de primeiro e segundo escalão, onde o seu uso é mais prevalente.

A pesquisa revela que mais de 30% dos entrevistados disseram ter experienciado perdas e sua privacidade sendo invadida pelo vazamento e abuso de informação.

Cerca de 80% dos entrevistados disseram que se importam com a forma como suas informações originais serão coletadas e usadas.

Apesar das preocupações com a segurança tecnológica, 65,24% dos entrevistados acham que os benefícios do reconhecimento facial superam os impactos negativos e que as empresas devem proteger o direito de seus usuários de poder personalizar esta tecnologia, segundo o Science and Technology Daily.

Com a proteção de informações pessoais se tornando uma questão mais importante e prática para o cidadão comum, as autoridades chinesas intensificaram os esforços para criar leis e regulamentos que protegerão seus direitos e interesses legítimos.

Os legisladores chineses começaram na terça-feira a deliberar um projeto de lei sobre a proteção de informações pessoais, por forma a regulamentar ainda mais a coleta e o uso de dados pessoais, segundo a Agência de Notícias Xinhua.

O consentimento pessoal deve ser obtido por meio de notificação prévia para o manuseio de informações privadas, sendo que os indivíduos têm o direito de negar o consentimento, refere o projeto, acrescentando que quando detalhes significativos mudam, o consentimento deve ser obtido novamente.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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