Mauro Marques
Após as tréguas do verão, a descida das temperaturas voltou a fazer disparar o número de novos casos diários um pouco por toda a Europa. Portugal não foi exceção, sendo que o mês de outubro está já batendo recordes diários de infeções por Covid-19, deixando o país apreensivo.
Com a barreira dos 2000 casos diários superada no dia 14 de outubro, voltaram a ressoar os alarmes em Portugal, motivando o governo português a restituir o estado de calamidade e a anunciar várias novas medidas para conter a propagação da doença.
Desde quarta-feira, passaram a ser proibidos ajuntamentos de mais de 5 pessoas, obrigatório o uso de máscara em espaços públicos (com legislação ainda pendente) e o uso do aplicativo StayAway Covid, que visa reportar a uma base de dados centralizada a confirmação da infeção, de modo a que outras pessoas que possam ter estado próximas dos infetados tomem conhecimento.
Atividades que implicam aglomerações sociais, como casamentos ou batizados, passaram a estar limitadas a um máximo de 50 participantes, em que todos devem cumprir as normas de afastamento e o uso de máscara.
Os estabelecimentos de ensino, como universidades e politécnicos, veem-se agora impedidos de realizar festejos de cariz académico, como a cerimónia da receção ao caloiro.
O não cumprimento destas diretrizes será punido com multas que podem ascender aos 10,000€, no caso de empresas.
António Costa irá, assim, “apresentar à Assembleia da República uma proposta de lei a que solicitaremos uma tramitação de urgência para que seja imposta a obrigatoriedade de uso da máscara na via pública - com o óbvio bom senso de só nos momentos em que há mais pessoas na via pública - e também da utilização da aplicação stayaway covid em contexto laboral, escolar e académico, nas Forças Armadas e nas Forças de Segurança e no conjunto da administração pública”.
O primeiro-ministro aludiu, por fim, à dificuldade em manter a disciplina nesta fase, após meses continuados em que se pede contenção e consciencialização por parte da população para conseguir conter a epidemia.
“Vençamos o cansaço pela determinação que temos de ter para ganharmos esta maratona, que é longa e que só terminará quando houver um tratamento eficaz ou uma vacina suficientemente difundida para assegurar a imunização comunitária e motivemo-nos no que tem de ser uma prioridade muito clara: preservar a capacidade do Serviço Nacional de Saúde, assegurar que as atividades letivas vão prosseguir ao longo do ano letivo sem interrupções ou incidentes, e que não temos de tomar nenhuma medida que agrave a crise económica e social e que tem consequências muito pesadas no emprego e no rendimento das famílias”, apelou.