Transferências para exterior aumentam riscos de infecção

Fonte: Diário do Povo Online    12.10.2020 13h30

Os passageiros fazem fila nos balcões de check-in da companhia aérea Emirates, no Aeroporto Internacional Ninoy Aquino na cidade de Pasay, Metro Manila, Filipinas, 9 de julho de 2020. [Foto / Agências]

As transferências em aeroportos no exterior podem significar um risco maior de contrair a Covid-19, já que a pandemia continua a evoluir e se recuperar em algumas partes do mundo, disseram os especialistas.

Em comparação com um voo direto de volta à China, as escalas de uma hora num aeroporto internacional expõem os passageiros a maiores riscos de entrar em contato com instalações públicas e pessoas de diferentes países. Além disso, alguns aeroportos internacionais não exigem que todos os passageiros tenham um resultado negativo no teste de ácido nucléico para Covid-19, disseram os especialistas.

"As nações são diferentes em sua força e eficácia na prevenção e controle da propagação do vírus, o que significa que em alguns aeroportos, que podem estar densamente lotados, as pessoas podem ter uma chance maior de serem infectadas pelo vírus", disse Wang Yanan, editor chefe da revista Aerospace Knowledge.

Gao Fu, diretor do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças, disse anteriormente que as transferências de voos aumentariam a chance de infecção, principalmente devido ao contato próximo com outros passageiros de diferentes voos e países, incluindo alguns pacientes potencialmente no período de incubação da doença.

Estatísticas do governo municipal de Shanghai mostraram que quase metade dos 102 casos importados de Covid-19 relatados na cidade no mês passado envolveram uma transferência de vôo internacional.

Um artigo de pesquisa publicado na revista de ciências sociais Risk Analysis mostrou que as medidas de higiene pública nos 10 maiores aeroportos do mundo, incluindo lavagem frequente das mãos e desinfecção de instalações públicas, poderiam reduzir a taxa de transmissão de uma pandemia respiratória em 37 por cento. Ele afirmou que se tais medidas fossem aplicadas a todos os aeroportos, a taxa poderia diminuir em quase 70 por cento.

Especialistas alertaram que, após tocar nas bandejas em pontos de controle de segurança, caixas eletrônicos, máquinas de venda automática, corrimãos de escadas rolantes e apoios de braços nas áreas de espera dos terminais, os passageiros devem lavar as mãos. Eles também foram incentivados a usar máscaras durante toda a viagem, inclusive em terminais e em ônibus durante as transferências.

Abordando o risco de um vírus de doença respiratória se espalhar dentro da cabine de um avião, a Administração da Aviação Civil informou que o ar dentro de uma cabine é refrescado a cada dois ou três minutos - ainda mais frequentemente do que numa sala de cirurgia ou sala de parto de hospital - e o modelo de aumento de diminuição da circulação de ar na cabine pode reduzir a possibilidade de propagação do vírus

A Organização de Aviação Civil Internacional disse sobre o vírus da síndrome respiratória aguda grave em 2003 que apenas aqueles nas duas fileiras à frente e atrás de um portador do vírus em uma cabine de vôo podem ser infectados - mas isso só ocorreria caso ninguém transitasse pelo avião.

Em agosto, a embaixada chinesa no Reino Unido sugeriu que os cidadãos chineses pegassem voos diretos para retornar ao país. O Ministério das Relações Exteriores também lembrou aos cidadãos que sejam cautelosos na escolha de voos de transferência em países como Rússia, Austrália, Japão, México, Etiópia e Camboja.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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