O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira que pediu aos donos de supermercados para reduzir os lucros no preço do arroz e do óleo de soja, que dispararam nos últimos meses, mas descartou tomar medidas administrativas para forçar uma baixa.

"Fiz um apelo a eles (supermercados). Ninguém vai usar a caneta para fixar preços máximos. Não existe isso. Estamos pedindo aos donos dos supermercados que o lucro nesses produtos essenciais fique próximo do zero. Com a nova safra, a tendência é que o mercado se normalize", disse o presidente.

Bolsonaro informou que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, preparam medidas para enfrentar esses aumentos.

A declaração de Bolsonaro foi uma resposta à Associação Paulista dos Supermercados (APAS), que tinha dito que os produtores e os atacadistas forneceram arroz, feijão e o óleo de soja com aumentos de mais de 20% nos preços.

De acordo com as entidades que reúnem os supermercados, a aceleração dos preços está vinculada ao aumento das exportações dos produtos, empurradas pela desvalorização de quase 30% do real frente ao dólar este ano e à pressão de uma maior demanda interna.

Até julho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial da inflação, subiu 2,31% no acumulado de 12 meses, mas no mesmo período, os alimentos e bebidas aumentaram em média 7,61%.

O arroz é um dos itens da cesta básica de alimentação dos brasileiros, que o comem, geralmente, misturado com o feijão.

"O arroz não vai faltar, agora está caro, mas vai baixar porque teremos uma super safra em 2021", afirmou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.