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Cooperação no combate à epidemia e construção de uma comunidade de saúde China-Brasil

Fonte: Diário do Povo Online    25.08.2020 14h49
Cooperação no combate à epidemia e construção de uma comunidade de saúde China-Brasil
videoconferência de prevenção e controle do coronavírus do grupo de especialistas chineses e brasileiros em medicina tradicional chinesa e ocidental em 20 de agosto.

Desde o início do surto da epidemia do novo coronavírus, a China e o Brasil coordenaram seus esforços e fortaleceram a cooperação bilateral. Foram já realizadas inúmeras videoconferências e compartilhados os resultados do desenvolvimento de uma possível vacina. As diversas províncias da China forneceram uma grande quantidade de materiais antiepidêmicos aos estados irmãos do Brasil. Tais gestos revelam a importância que os líderes da China e do Brasil atribuem à cooperação no combate à Covid-19, e à profunda amizade entre os dois povos.

A China e o Brasil estabeleceram relações diplomáticas formalmente em 15 de agosto de 1974. Como dois grandes países em desenvolvimento e estados membros do BRICS, a China e o Brasil mantêm a comunicação e a cooperação em diversos domínios, em concordância com a amizade que os unir.

 

Apoio à China no início da epidemia

No início da epidemia, a China ficou sensibilizada com a solidariedade proveniente de todo o mundo. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse então que o Brasil valorizava as medidas de prevenção e controle adotadas pelo governo chinês, tendo fornecido ajuda e apoio. Ele postou em suas contas nas redes sociais que a epidemia é um desafio comum para a China e para o Brasil.

Um grande número de brasileiros endossaram suas postagens, deixando mensagens de apoio a Wuhan e à China. Uma professora brasileira de mandarim, de nome chinês Ru Chenxi, escreveu um artigo no Diário do Povo Online, na atividade "A Sua História em Wuhan”, despertando forte interesse entre os leitores chineses e brasileiros.

 

Comentários anti-China

O Brasil confirmou seu primeiro caso de infeção por Covid-19 em 26 de fevereiro. Com a epidemia se espalhando no Brasil, alguns políticos brasileiros culparam a China pela propagação do vírus.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro fez acusações infundadas no seu Twitter, difamando o sistema político chinês. O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, bem como outros líderes de partidos políticos brasileiros e acadêmicos apresentaram um pedido de desculpas, apoiando a posição da China e enfatizando as medidas categóricas tomadas pelo país para conter a epidemia. Todos afirmaram que as declarações de Eduardo Bolsonaro eram inválidas, absurdas e vergonhosas, não sendo representativas da voz do Brasil.

 

China apoia o Brasil no combate à epidemia

No final de março deste ano, a situação da epidemia da China foi controlada, a China compartilhou sua experiência anti-epidemiológica com o resto do mundo.

Um total de mais de 20 províncias e cidades chinesas forneceram uma grande quantidade de materiais ao Brasil. Por exemplo, a província de Jiangsu enviou materiais ao estado de Minas Gerais, Sichuan ajudou o estado de Pernambuco e a cidade de Guangzhou uniu-se para ajudar Recife, etc.

Várias empresas chinesas no Brasil também se uniram em solidariedade: a XCMG e a CNOOC estabeleceram mecanismos de prevenção epidemiológica para garantir a saúde dos funcionários locais. A chinesa State Grid forneceu materiais ao estado de São Paulo. Um total de mais de 30 empresas chinesas doaram suprimentos médicos, incluindo ventiladores, roupas de proteção, reagentes e leitos hospitalares ao Brasil.

Enquanto isso, os chineses no Brasil traduziram materiais chineses sobre o combate ao vírus. A versão em português do "Manual de Prevenção e Controle da Covid-19 Segundo o Doutor Zhang Wenhong" foi entretanto lançada no Brasil.

 

Seminário online para a construção de uma comunidade de saúde China-Brasil

No dia 7 de abril, a Embaixada da China no Brasil e o Ministério de Saúde do Brasil organizaram uma videoconferência com especialistas dos dois países sobre o combate à epidemia de coronavírus. Na conferência participaram especialistas do Hospital Zhongnan da Universidade de Wuhan, Hospital de Tongji da Faculdade de Medicina da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, Hospital Leishenshan, membros do Ministério da Saúde do Brasil e especialistas médicos de 12 departamentos de saúde estaduais brasileiros.

Em 16 de junho, foi realizado o "Seminário de Cooperação Internacional Antiepidêmica" pela Embaixada da China no Brasil, consulado geral do Rio de Janeiro e diversas instituições chinesas e brasileiras. Li Yang, o cônsul geral da República Popular da China no Rio de Janeiro, enfatizou que o seminário aprofundará a cooperação antiepidêmica e a parceria estratégica sino-brasileira.

Em 2 de julho, a Embaixada da China no Brasil realizou uma cerimônia de entrega online do primeiro lote de suprimentos doados pelo governo chinês ao governo brasileiro, o qual incluiu roupas de proteção, máscaras, entre outros itens.

O dia 15 de agosto assinala o 46º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil e também o Dia da Imigração da China. Chen Peijie, a cônsul-geral da China em São Paulo, disse que, desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil, as relações entre os dois países têm se desenvolvido de forma constante e se transformado gradualmente em uma relação madura e estável entre dois países em desenvolvimento. "Este seminário é de grande importância para revisar o desenvolvimento das relações China-Brasil, planejando a cooperação bilateral no futuro."

Em 20 de agosto, a "videoconferência de prevenção e controle do coronavírus do grupo de especialistas chineses e brasileiros em medicina tradicional chinesa e ocidental" foi realizada pela Federação Mundial de Sociedades de Acupuntura-Moxibustão e pela Sociedade Brasileira de Medicina Tradicional Chinesa de Acupuntura. Os acadêmicos fizeram relatórios profissionais abrangentes, compartilharam experiências e aprofundaram a compreensão da "integração da medicina chinesa e ocidental para combater a epidemia".

 

Participação nos testes da vacina chinesa

A pandemia tornou a vacina do coronavírus um requisito fundamental. O quarto ensaio clínico da vacina chinesa decorrerá no Brasil. A vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac Biotech, juntamente com o Instituto Butantan estão na terceira fase de testes em 12 centros de pesquisa selecionados no Brasil, estando a conclusão prevista para o final de outubro e início de novembro deste ano. Se a eficácia for comprovada, ela será produzida no Brasil e deverá estar disponível em todo o país em janeiro do próximo ano.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, destacou que a ciência da China está nos níveis mais altos do mundo e defendeu a fiabilidade da vacina desenvolvida pela farmacêutica Sinovac Biotech, em fase de ensaios clínicos no Brasil. "Devemos nos lembrar que nossos celulares Apple são feitos na China e que são fabricados lá inúmeros produtos industriais, incluindo os de grandes companhias farmacêuticas que têm grandes laboratórios e grandes investimentos na China. A China é um país com investimento muito forte na ciência hoje em dia. Consegue ombrear com qualquer outro país do mundo e, frequentemente, em termos de volume, supera o resto do mundo. Não há razão para se descartar uma vacina porque ter sido desenvolvida na China", afiançou. 

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