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Retorno das aulas aumentará transmissão de Covid-19, segundo pesquisas

Fonte: Diário do Povo Online    25.08.2020 11h04

Por Beatriz Cunha

Em meio a opiniões controversas, estados brasileiros como São Paulo e Rio de Janeiro autorizam a reabertura de escolas a partir de 8 de setembro. O retorno oficial, no entanto, está previsto para 7 de outubro, segundo noticiou o G1.

O Grupo de Trabalho da pneumonia do Novo Coronavírus (Ação Covid-19) e a Rede pública de escolas e universidades (Repu) simularam um estudo mostrando que mesmo que os requisitos de saúde sejam todos cumpridos, há possibilidade do aumento da transmissão do vírus, segundo noticiou na segunda-feira (24) o canal “notícias da América do Sul no exterior” em sua conta do Wechat.

Conforme o estudo, após dois meses do retorno à escola, 10% a 46% dos alunos e funcionários serão infectados com o novo vírus. A situação da transmissão irá variar conforme as diferentes condições de cada escola.

Segundo a notícia, o estudo se baseou dos dados divulgados pelo governo. Em São Paulo, o governo de João Doria informou que uma média de 35% dos alunos retornará as escolas.

Segundo o professor de Políticas Educacionais da Universidade Federal ABC (UFABC), Fernando Cássio, integrante da Repu, a pesquisa foi desenvolvida tendo dois modelos escolares, um com ambiente mais denso, e outro com mais espaço livre, informou o canal de notícias da América do Sul no exterior.

Os resultados da pesquisa mostraram que após 60 dias letivos poderá ocorrer 0,3% de óbitos nas escolas mais lotadas, e uma média de 46,35% de infectados.

Nas escolas mais dispersas, a proporção seria de 10,76% de novos infectados e 0,03% de óbitos.

Pesquisadores ainda simularam o número máximo de alunos nas escolas de modo a minimizar a disseminação da Covid-19. Indicando que o ideal seria não ultrapassar 20,27% do número total para escolas dispersas, e 6,86% para escolas lotadas.

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirmou que ainda é cedo para tirar conclusões e fará uma avaliação mais detalhada dessa ferramenta de cálculo de simulação.

Também na segunda-feira, o Jornal Nacional, do G1, noticiou que as crianças correm mais riscos de serem contaminadas estando em casa do que na escola, conforme um estudo inglês.

O governo britânico, após analisar dados de 50 mil escolas, concluiu que o risco de contágio dentro de casa é maior do que nas escolas, uma vez que no geral as crianças foram infectadas por um dos genitores.

Segundo o governo britânico, em junho mais de 1 milhão de alunos retornaram às aulas, os alunos causaram 8 surtos, entre 30 alunos detectados com Covid-19.

Nesse período, 128 funcionários pegaram Covid-19, tendo os contágios ocorrido na sala dos professores e cantinas.

O uso de máscaras não é exigido pelas autoridades de saúde da Inglaterra, no entanto, o governo solicita maior distanciamento e circulação de ar nas escolas.

A Organização Mundial de Saúde recomenda que adolescentes com mais de 12 anos usem máscaras, uma vez que seu poder de contágio é semelhante ao dos adultos.

O principal consultor médico do governo britânico acredita que o aumento do risco de transmissão não está atrelado ao convívio entre as crianças, mas ao encontro das famílias no portão da escola, e a volta dos pais para o trabalho, uma vez que tem onde deixar os filhos. 

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