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Participação presencial dos líderes mundiais na Assembleia Geral em meio à pandemia não faz sentido, diz diplomata alemão

Fonte: Xinhua    03.08.2020 10h20
Participação presencial dos líderes mundiais na Assembleia Geral em meio à pandemia não faz sentido, diz diplomata alemão

Em resposta à intenção do presidente dos EUA, Donald Trump, de participar pessoalmente do debate geral da Assembleia Geral deste ano, um diplomata alemão disse na quinta-feira que não faz sentido que líderes mundiais estejam fisicamente presentes, dada a pandemia de COVID-19.

"Estamos analisando a evolução de COVID nos EUA. Estamos analisando a situação em Nova York. E sabemos o que significa a semana de alto nível quando você tem 190 delegações entrando na cidade", disse Christoph Heusgen, representante-permanente da Alemanha na Organização das Nações Unidas.

"Levando em consideração os prognósticos de setembro, acreditamos que não faz sentido ter uma semana de alto nível, ter a Assembleia Geral, onde você tem líderes presentes", disse ele em um encontro à imprensa no final de sua presidência do Conselho de Segurança do país para o mês de julho.

Heusgen confirmou que não há planos na Alemanha para que a chanceler Angela Merkel ou a ministra das Relações Exteriores, Heiko Maas, viajem para Nova York para a semana de alto nível da Assembleia Geral.

"Temos que ter cuidado. Não devemos colocar em risco as pessoas com uma grande delegação. E, portanto, concordamos com a proposta de que os líderes apresentem seus discursos de maneira virtual".

O embaixador dos EUA na Organização das Nações Unidas, Kelly Craft, disse na quinta-feira que Trump espera se dirigir pessoalmente à Assembleia Geral da ONU em setembro.

Um porta-voz da ONU disse que a presença de Trump na Assembleia Geral é uma questão a ser coordenada pela Organização das Nações Unidas e pelos Estados Unidos.

"Não quero especular sobre o que o futuro reserva. Como você sabe, o Secretariado da ONU entrará em contato, basicamente através do Gabinete do Presidente da Assembleia Geral, com os Estados-membros em sua representação", disse em uma entrevista coletiva virtual, Farhan Haq, vice-porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Esclarecemos a todos os Estados-membros a necessidade de manter os números das delegações baixos. Existe um limite máximo absoluto de quantas pessoas podemos acomodar com segurança, e todos os Estados-membros foram informados disso. Como eles se ajustarão é assunto de discussão entre os Estados-membros e a Organização das Nações Unidas".

Os Estados-membros da ONU concordaram na semana passada sobre medidas especiais para a próxima semana de alto nível, que permitem um, no máximo dois, representantes de Nova York por delegação no Salão da Assembleia Geral.

De acordo com a decisão adotada pela Assembleia Geral no dia 22 de julho, os dignitários dos Estados-membros não estarão em Nova York. Em vez disso, cada Estado-membro pode enviar uma declaração pré-gravada de seus líderes, que será apresentada no Salão da Assembleia Geral.

"Confiamos e esperamos que todos os Estados-membros cumpram a necessidade de manter os números baixos, e veremos o que eles fazem em termos de preparativos", disse Haq. "Entraremos em contato com todos os Estados-membros para garantir que as providências sejam apropriadas. E precisaremos garantir, novamente, que permanecemos em número limitado para que possamos praticar o distanciamento social e ter condições seguras para todos que estejam no edifício".

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