Por Gu Zhongyang, Chang Qin, Diário do Povo
No dia 15 de abril, os funcionários de um centro de comércio eletrônico na cidade de Longnan, província de Gansu, escolhem as maças para vendê-las a todo o país. Li Xuchun, Diário do Povo Online
Na cidade de Longnan, província de Gansu, noroeste da China, o comércio online passou a ser a nova ocupação de muitos camponeses.
Zhang Jiacheng, um agricultor na vila de Longhuai, faz streaming todos os dias de manhã para mostrar o seu pomar de macieiras aos seus seguidores. Ele ficou contente pelas vendas realizadas online: “o preço das maçãs triplicou e ganhei 200 mil yuans no ano passado”.
Com o “plano de ação para a erradicação da pobreza na internet” nos últimos três anos, o acesso à internet foi melhorado nas regiões mais pobres. Este recurso passa a permitir exportar produtos agrícolas, enquanto que recursos de educação, medicina, etc, passaram a estar disponíveis nas zonas rurais.
Sob a coordenação do governo local, foram criadas 14.372 lojas online na cidade de Longnan, com 33 mil operadores de comércio eletrônico. Em 2019, as vendas online permitiram que as famílias pobres tenham aumentado o rendimento per capita em 840 yuans (cerca de US$118).
De acordo com os dados oficiais, 832 condados pobres a nível nacional passaram a ter acesso ao comércio eletrônico, com o estabelecimento de mais de 130 mil centros de serviço público e logística.
No ano passado, o volume de vendas online dos produtos agrícolas atingiu os 397 bilhões de yuans - um aumento de 1,5 vezes em comparação com o ano de 2016.
Até outubro de 2019, 98% das vilas administrativas tiveram acesso à fibra ótica e ao sinal de 4G. Cerca de 99% das vilas mais pobres passaram a ter acesso à banda larga.
“Numa aula lecionam dois professores: um ensina online e o outro oferece assistência para responder a perguntas”, disse Li Zimin, um estudante do nono grau da Escola Secundária da Vila de Hulu, na província de Hebei. Graças à internet, os professores de outros lugares podem distribuir recursos didáticos aos estudantes de regiões pobres para evitar a transmissão intergeracional da indigência.
No centro de diagnóstico à distância do Hospital Popular de Lingtai, na cidade de Pingliang, na província de Gansu, os médicos realizam uma videoconferência com os colegas do centro de saúde da aldeia de Dudian, para diagnosticar remotamente o paciente Zhang Hongcai. “Através do vídeo, posso consultar aos médicos da cidade”, afirmou Zhang. A saúde aliada à internet faz com que a população pobre tenha acesso a serviços médicos de qualidade.
Para desempenhar melhor o papel da internet na erradicação da pobreza, a logística é uma dos destaques que necessita de melhorias. Atualmente, as entregas expresso só conseguem chegar a 35% das vilas em todo o país, apesar do estabelecimento dos centros de serviços em 96% dos distritos rurais. O correio nacional iniciou recentemente o projeto de “correio expresso para todas as vilas”, de modo que todas venham a ser abrangidas num prazo de três anos.
A falta de profissionais é também um elemento que restringe a erradicação da pobreza pela internet. O condado de Juancheng, na província de Shandong, criou um instituto para capacitar a população a fazer sessões de streaming. Com a formação do instituto, cada dia mais camponeses viram “celebridades virtuais” que passam a vender seus produtos a todo o país.