Médicos transferem um paciente da ambulância no Maimonides Medical Center, Brooklyn de Nova York, Estados Unidos, em 28 de março de 2020. (Foto de Michael Nagle / Xinhua)

As mortes nos EUA devido ao surto do novo coronavírus podem chegar de 200.000 a "milhões" de infecções, disse um especialista em saúde do governo no domingo (29).

O Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, quando solicitado pelo CNN para prever o impacto potencial do Covid-19, respondeu que com "o que estamos vendo agora, eu diria que 100 a 200 mil. Mas não quero me apegar a isso, teremos milhões de casos.”

De acordo com os números mais recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), os EUA tiveram 122.653 casos de coronavírus, resultando em 2.112 mortes.

Nas 24 horas anteriores a Fauci, um membro importante da Força-Tarefa de coronavírus da Casa Branca, fez sua terrível previsão, o presidente Donald Trump retrocedeu em sua proposta de quarentena dos três estados que cercam o epicentro americano de Nova York: Nova York, Nova Jersey e Connecticut.

Os críticos prontamente consideraram um movimento impraticável, afirmando que causaria o caos em uma região que serve como motor econômico do leste dos Estados Unidos, respondendo por 10% da população e 12% do PIB.

"Se você começasse a isolar áreas em todo o país, seria totalmente bizarro, contraproducente, antiamericano e antissocial", disse o governador de Nova York, Andrew Cuomo, à CNN, também chamando de "uma declaração de guerra aos estados".

Trump voltou atrás, dizendo no Twitter que "uma quarentena não será necessária".

Em vez disso, o CDC emitiu um "forte parecer" na noite de sábado (28), pedindo aos residentes dos três estados que "se abstivessem de viagens domésticas desnecessárias por 14 dias com efeito imediato".

Os três estados representam cerca de metade de todos os casos e mortes de coronavírus nos EUA. O comunicado isenta os trabalhadores envolvidos em vários setores "críticos", incluindo alimentos, transporte, saúde e finanças.

"O fato é que as pessoas realmente não estão viajando muito", disse o governador de Nova Jersey Phil Murphy à ABC News no domingo (29). "Um aviso de viagem nos basta."

Mas, enquanto os líderes políticos tentavam encontrar as escolhas políticas certas, os hospitais da nação lutavam para atender às suas necessidades de suprimento e mão-de-obra.

"Temos enfermeiros usando a mesma máscara desde o início até o final do turno, máscaras que deveriam ser para um paciente em um ponto do seu turno. Precisamos de assistência e precisaremos de milhares de ventiladores, "O governador do Michigan, Gretchen Whitmer, disse à CNN.

O prefeito de Nova York Bill de Blasio disse no domingo que a cidade possui apenas uma semana de suprimentos médicos, já que o número de casos na cidade ultrapassou 34.000, cerca da metade do total no estado de Nova York.

"Temos suprimentos suficientes para daqui a uma semana, com exceção dos ventiladores; vamos precisar de pelo menos várias centenas de ventiladores muito rapidamente", disse o prefeito à CNN. "Vamos precisar de um reforço".

Um carregamento de suprimentos médicos chegou a Nova York da China no domingo, o primeiro de uma série de vôos nos próximos 30 dias organizados pela Casa Branca, disse uma autoridade da Casa Branca.